24 de janeiro de 2012

Escrevendo no intervalo!

2011 foi o ano em que eu mais viajei - talvez por isso, eu tenha escrito NADA! É a correria de quem tem que ganhar a vida na eterna malfadada lógica de: trabalhar muito e ganhar pouco. Mas vamos lá.

Voltar com um blog não é fácil, ainda mais 1 ano e alguns meses depois. Mas vamos ao entretenimento...

20 de agosto de 2010

Step 1 - Passaporte

Antes de pensar para onde ir, como juntar a grana, com quem ir (ou não ir)....o primeríssimo pensamento é: fazer o passaporte para estar apta a viajar para qualquer lugar - seja do Brasil, do Mercosul ou do resto do mundo!

Anotem então: Step 1 - Fazer o passaporte.

Polícia Federal

Assim que entrar na página, estão os links para fazer o passaporte e os documentos necessários. Há uma Guia de Recolhimento da União (GRU) que será gerada após o preenchimento do requerimento (é como um boleto bancário). Os dados são, alguns, bastante específicos, então tenham em mãos a identidade e título de eleitor ao preencher o requerimento do passaporte.

Dependendo da cidade, é possível fazer o passaporte sem precisar agendar. Mas há um link para verificar essa necessidade. No Rio de Janeiro, por exemplo, o agendamento precisa ser feito. Somente nos casos emergenciais, é possível consegui-lo - mas pagando mais caro, apresentando a passagem com data  próxima e enfrentando uma fila gigantesca com atendimento limitado a algumas pessoas por dia (o que faz com que alguns precisem chegar ao posto de atendimento às 4h30 - o que fez a Juliana, minha amiga que resolveu viajar de repente!).

Depois da GRU paga, sem erro: é só apresentar-se ao posto da PF, tirar a foto digital lá mesmo, assinar documentos e esperar alguns dias para ir pegá-lo.

Step by Step

Então um dia o lado viajante independente aflora. As experiências de outras intrépidas estimulam. As férias estão marcadas  - e nesse ínterim o lado aventureiro grita como os orcs do Tolkien antes das batalhas. E aí? Isso acontece a todas as mulheres que têm desejos por viajar. O que vai diferenciar as que irão apenas sonhar daquelas que realmente colocarão a mochila nas costas são “passos” muito sutis. 

Antes que o afã aventureiro evapore, a primeira coisa a se fazer é: estar apta a viajar! Aquelas que preferem o “overseas” a primeira, e imprescindível, ação é tirar o passaporte. Quando a coragem é oscilante, a melhor maneira é já se sentir viajando. Já para as que querem seguir Brasil afora, a viagem tem um passo a menos, o que é mais um propulsor.

Com o passaporte nas mãos começa o planejamento: você pode até adiar, mas a sensação de ter começado tem grandes chances ser um diferencial na hora de decidir seguir adiante.

A Letícia Capucci, uma grande amiga, vai bater asinhas em breve pela primeira vez no exterior. Quando me ligou pedindo ajuda de roteiro e afins, a resposta foi lacônica: primeiro você providencia o passaporte e depois começamos a conversar! Então antes mesmo de saber quais lugares visitar, quanto de dinheiro  levar quantos dias quer ficar em cada cidade, decidir sobre hotel ou albergue, buscar o melhor passe e afins, a primeira coisa é: entrar no site da Polícia Federal, preencher o requerimento, pagá-lo, tirar o passaporte e aí sim, a viagem começa!

Para aquelas que optam por uma viagem nacional, esse é um “problema” a menos. Ou até mesmo para as que desejam seguir rumo aos hermanos argentinos, uruguaios e chilenos. Embora, eu ainda prefira entrar nesses países com o passaporte como documento oficial. Claro que em parte tenho aquele lado “colecionador de carimbo”, mas é, principalmente, para estar limitada usando apenas a identidade brasileira. Numa viagem tudo são possibilidades: imagine que você está no norte do Chile (no qual você entrou com sua identidade) e de repente aparece uma chance ótima de estender a viagem ao Peru? Vai ficar na vontade: o Peru não faz parte do Mercosul, embora esteja ali coladinho no Chile você não poderá atravessar a fronteira.

Limitar-se por quê? Então, em próximos posts vou tentar ajudar com os passos do planejamento e até dos mitos acerca das “mulheres que viajam sozinhas” – cada coisa que eu leio e escuto que são risíveis (para não dizer imbecis!).

12 de agosto de 2010

Bendito Seja!

Sabe aquela salada que você comeu com temperos locais que não caiu bem? Ou a sua bagagem que simplesmente a empresa aérea não sabe onde foi parar? E o voo que foi cancelado sem data prevista de embarque? Sim, essas aventuras acontecem a várias intrépidas viajantes – e acontecem estejamos sozinhas ou acompanhadas. Não tem como prever esses “detalhes do caminho”, mas é possível estar preparadas para eles.

O seguro viagem é quase uma mãe durante as viagens internacionais. E nacionais também, principalmente para as viajantes que não têm plano de saúde com cobertura nacional. Muitas pessoas podem achar que é agouro, mas sinceramente, não é a toa que criaram o jurássico “seguro morreu de velho”. Além disso, no caso das viagens para países que têm exigências mais ferrenhas para brasileiros, a apresentação de um seguro viagem é ponto a favor para o seu carimbo no passaporte! Então, arriscar pra que?

Há várias seguradoras. A dica para os que optarem pelo seguro é pesquisar bem – e para isso existem os blogs e as listas de discussões das redes sociais. Escolher um seguro é basicamente comparar as coberturas e os valores compensatórios. No meu caso, é item obrigatório no orçamento de viagem. E acho imprescindível dois pontos: atendimento em português e ligação a cobrar. Parece bobagem para os fluentes em outros idiomas. Mas em determinadas situações (e se você estiver em contato com a seguradora é porque com certeza teve algum probleminha) a melhor comunicação é em português mesmo. Já precisei do seguro viagem e não tive qualquer problema.

Em um mochilão ano passado minha bagagem não chegou ao destino. Assim que saí do guichê da empresa aérea liguei para a seguradora (a cobrar, claro!). E rastrearam minha bagagem junto à cia aérea e, no dia seguinte de manhã, lá estavam minhas “coisitas” na recepção do hostel. Pensando com a lógica de mercado: ou eles rastreiam e encontram rápido ou me pagariam a cobertura. O que é melhor pra eles?

A Ju, uma grande amiga que se aventurou em uma viagem há alguns dias, teve o mesmo problema com a bagagem. Marinheira de primeira viagem ela demorou a lembrar que eu a tinha “obrigado” a fazer o seguro. Mas quando se deu conta: problema solucionado! Já teve quem torceu o pé, quem foi medicada por intoxicação alimentar, sofreu com dor de dente (...). Nada de anormal para pessoas que se beneficiaram do seguro! Bendito seja!

Em tempo: Uma dica MUITO IMPORTANTE para quem quiser economizar e utilizar os benefícios do INSS: um acordo internacional garante aos contribuintes do INSS e seus dependentes que estiverem em trânsito, a trabalho ou forem residentes na Argentina, Portugal, Itália, Grécia, Luxemburgo, Paraguai, Uruguai, Chile e Cabo Verde o direito a utilizar hospitais da rede pública de tais países. Para isso, basta um certificado de Direito à Assistência Médica  emitida pelo Governo Brasileiro, que deve ser pedido na representação do Ministério da Saúde em cada estado. Para saber a localização desses departamentos,  entre em contato pelos telefones (61) 3448-8372, (61) 3448-8374 e (61) 3448-8376. Ou então, tentar pelo site www.inss.gov.br e entrar em contato com a Ouvidoria ou pelo Fale Conosco que é online.

Como ter dinheiro para viajar?

Faz tanto tempo desde que não apareço no meu próprio blog para falar da coisa mais prazerosa que existe - Viajar! Não deixei de preparar viagens, não deixei de fuçar tudo na internet (e cedi ao twitter e ao facebook para contatos com outros mochileiros). Só que para conseguir dias de mordomia, é preciso encher o bolso vazio primeiro. Então, muito trabalho nesses últimos meses.
Viagem ainda não marcada. Pensando no quesito valores:
Turquia/Egito/Grécia OU Atacama?
E ainda...alguém tem dicas para me dar sobre Orlando com uma criança de 11 anos?
Preciso conseguir a proeza de duas viagens entre dezembro e janeiro!
Recorrendo a orações!

Como ter dinheiro para tanto se não sumir às vezes?

25 de maio de 2010

Sozinha, eu?

Nunca viajamos sozinhas. Cada uma das coisas que levamos numa viagem aciona depois um arsenal de boas histórias: as malas, o mp3, aquela mochila velha e, por que não, uma câmera muito antiga, descascada, pesada e grossa? E foi quando a minha digital parou de funcionar na que seria a primeira foto de uma viagem a Trindade, há poucos dias, que me dei conta: nunca viajei só! Talvez eu precise de terapia por ver numa mochila velha e que precisa de remendos uma companhia. Conheço até quem só acampe na mesma barraca há anos. A companhia não está no objeto, mas no repertório que traçamos com eles.

Acredito que não viajamos sozinhas justamente porque estamos em nossa própria companhia. Tem quem diga, num julgamento muito superficial, que quem viaja sozinha está tentando se encontrar. Confesso que nunca me perdi antes de viajar. A viagem sozinha não é só um momento de liberdade total, mas de autoconhecimento e, porque não dizer, de aprender a conviver com nossos próprios defeitos. Mas vejo também como superação de certos limites que nos impomos no dia-a-dia. Vejamos: quantas vezes você jantou num restaurante simplesmente porque estava com vontade, mesmo que não houvesse ninguém para compartilhar a mesa?

Entre as desvantagens de uma viagem “by yourself” apontadas em vários blogs e sites está quase como unanimidade: jantar sozinha. E continua a pergunta: já jantou sozinha num restaurante? Não estou falando de refeição em self-service. Mas daquele dia especial em que seus amigos estavam ocupados, o namorado/marido/namorido tinha um compromisso, ou então você é solteira e queria jantar num restaurante badaladíssimo?

Pois saiba: é bem provável que numa viagem independente você sequer questione a possibilidade e esqueça que as “pessoas irão olhar”, que “irão sentir pena” e vão achar que “te deram o bolo”. Isso é uma grande bobagem. Sente e jante. E curta muito.

Foi numa dessas “contravenções” sociais que me presenteei numa viagem a Budapeste. Passei por um restaurante que parecia super agradável. Pequeno, aconchegante. E com velas nas mesas. Voltei para o hotel decidida a jantar lá. E foi assim que experimentei a melhor sobremesa da minha vida. Ninguém me olhou como se eu fosse um ET - talvez somente na hora do flash porque, óbvio, registrei esse “momento só meu”.

Arrume suas malas. Separe as músicas que te acompanharão. Desbloqueie o rooming do celular para ligar quando sentir saudade. E viaje. Fácil, não? E se for para a Hungria, Gundel Palacsinta - não deixe de experimentar.

Esse texto é a reprodução da Coluna Batendo-Perna no site Descubra Brasil (07.05.2010)