30 de abril de 2009

Fotos - Minha primavera na República Tcheca

Gente, tava separando umas fotos para o album de Budapeste e acabei fazendo primeiro o da República Tcheca! Deve ser porque amei esse lugar.
Então, aí está....
Não tenho dúvida que esse país deve entrar no roteiro de qualquer viajante!

http://picasaweb.google.com.br/monica.cpsousa/Mochilao2009RepTcheca#

Próximo post...Budapeste!

29 de abril de 2009

Fotos Itália - aprendendo a usar o Picasa...

É...voltei...Mas as vezes é como se eu estivesse viajando ainda. Rememoro momentos, rio sozinha, conto os detalhes como se tivessem sido ontem. Mas memórias são assim mesmo. E é preciso não ficar tão presa nelas. E por isso, meus neurônios da mobilidade já estão a pleno vapor! Enquanto preparo um "relatório" sobre os meus gastos para postar aqui e tentar ajudar aqueles que acham que não é possível, vou colocar algumas das fotos! Vou seguir o itinerário que fiz... Então, bem-vindos à Itália...

ps: gente, que sufoco para eu usar o picasa. rs Acho que não tenho muita paciência para programas de computador.

http://picasaweb.google.com.br/monica.cpsousa/MochilaoItalia2009#

22 de abril de 2009

Antes de ir embora...funk carioca!

Não poderia ir embora sem algo inusitado. Sempre acontence alguma coisa que me deixa rindo sozinha.

Sabe o francês do albergue que todos os dias me perguntava o que ia fazer de noite? Pois é. Ele jogou a cartada final. Estava eu esperando carregar o celular sentada na recepção do albergue quando de repente escuto: algo como "para papa papa ratata...." pra quem conhece, o rap das armas, bem popular no Rio de Janeiro.

Claro que nessa hora eu parei e sem querer mostrei que reconheci a música. Ponto para ele que ficou todo empolgado. Quando eu olhei, ele estava simplesemente me mostrando como ele sabia dancar. Gente, eu cai na risada. Era desengonçado demais, mas ficou simpático nessa hora. Ri demais porque ele colocou na rádio Latina e por isso a música acabou tocando. Acho que ele esperava que eu começasse a dançar, mas quando viu que não ira rolar, dançou sozinho e acabou se tornando uma figuraça. E nessa hora nem parecia mais o cara pronto a copular.

Fui caminhando para o metro da Bastille rumo ao REM B que segue para o aeroporto Charles de Gaulle. Carregava peso demais (porque comprei muita coisa em Paris de encomenda familiar), estava completamente dura, mas o que eu sentia de verdade era uma sensação de que sou a pessoa mais sortuda do mundo. Agradeci demais a Deus por ter me protegido esse tempo todo (afinal, nem sei se comentei mas quase fui atropelada por um tram em Roma, sobrevivi semanas sem meus óculos, as lentes de contato derradeiras caíram duas vezes dos meus olhos e consegui encontrar na roupa, dormi em quartos mistos com "gente esquisita", e o voo da wizzair entre Veneza e Budapeste são só lembranças agora....)

E é óbvio que já estou pensando na próxima. Já tenho ídéias dos lugares, mas muito incipiente ainda. Agora é hora de começar a anotar os custos e provar por A + B que gastei muito pouco, comparado ao tanto que vi e vivi...

Fazer nada em Paris é almoçar às margens do Sena!

Acordei muito cedo para meu último dia em Paris. Arrumei minha bagagem e fiquei conversando com a minha companheira de quarto que passou uma noite em Paris. Ela é australiana e está viajando há 4 meses, 3 deles na África. Falei de Salvador e acho que a cidade entrou no roteiro da mochileira.

Sai do albergue antes das 8h30. Saí a toa pela cidade. Só tinha certeza de que não iria ao museu D'Orsay porque queria descansar no meu último dia. Na verdade, descansar foi tudo que fiz em Paris, mas nesse dia o significado de descansar era ficar parada mesmo. Comprei umas coisas para meus irmãos numa loja ótima de material espotivo chamada Go Sport. Muito barata mesmo.

E ai, comecei meu dia. Fui para as margens do Sena, saquei o MP3 e fiquei la a manha e a tarde quase toda. Vi casais de namorados, vi músicos testanto melodias ( e nisso, claro desliguei o mp3 e fiquei ouvindo o show quase privé 0800), vi uma senhora virar a atração daquele trecho da margem porque literalmente tirou a roupa e deitou la de costas para se bronzear... e o cotidiano das margens do Sena seguia seu curso e eu ficava lá já sentindo saudades daquele lugar tão especial. E almocei, claro, por lá mesmo. Comprei um tradicional sanduiche de pão francês com vários tipos de queijo, um brownie com café e pronto. Estava alimentada.

Levantei já quase às 16h30, segui rumo ao albergue de novo. Caminhei pela Rivoli, tomei sorvete, comprei uns morangos da Bretanha que custavam quase 17 euros o quilo (tinha que experimentar aquele morango de qualquer jeito porque ele era de um vermelho que parecia de mentira). Pedi uns cinco e comi. Parecia com mel de tão doce. A verdade é que nunca comi morango de verdade aqui no Rio. E ainda me dei um sorvete numa sorveteria italiana, que a fila estava grande, mas encarei. Repeti sabores e segui caminhando...

No albergue, dessa vez lembrei do caviar na geladeira, arrumei o que ainda estava pendente, dei uma pequena carga no celular e... me despedi da cidade luz.

Comendo escargot e creme brulee a 15 euros!

Para quem procura por comida boa e barata em Paris próximo a pontos turísticos, o "canal" é a proximidade da Catedral de Notre Dame. É só andar por lá e com certeza vai encontrar ruas intercaladas com várias opções de restaurantes com "menu turista" em que se pode escolher a entrada, o prato principal e a sobremesa a preços que variam de 10 a 25 euros.

E lá fui eu. Estava sozinha porque a Rosane seguiu para a casa dela. Então, era a hora de comer escargot. Não iria embora sem experimentar isso, mesmo que não tivesse idéia de como comer.

Sem vergonha nenhuma, expliquei para a garçonete que eu nunca tinha comido. Muito simpática ( e como boa francesa, animada com o fato de eu experimentar as iguarias francesas) ela me ensinou. E lá estava eu... morri de medo de não gostar, mas eu adorei! Vinham seis na entrada e estava com fome de comer muito mais, mas ainda havia o prato principal.

Pedi uma carne feita a moda francesa antiga. Meio forte demais o sabor, mas consegui equilibrar com as batatas que acompanham. E de sobremesa....

Eu sempre me lembro do filme "O casamento do meu melhor amigo" quando a Júlia Roberts fala sobre creme brulle. Então, era isso que eu iria finalmente comer. Simplesmente divino. Um creme de baunilha com uma casquinha por cima.

Sai do restaurante satisfeitíssima. Não só com o fato de ter gasto muito pouco, mas de ter comido o que me deu vontade. Essa é a prova de que não é porque viajo com gasto controlado que não tenha momentos ótimos na culinária.

Voltei feliz da vida de novo para o albergue. Na verdade, não houve um dia sequer nesse "mochilão" que não tenha sido esse meu sentimento no final de cada dia. Estava quase voltando para casa... então no dia seguinte eu estava decidida a nào fazer absulutamente nada!

Juntei cadeiras, deitei, comi e cochilei!

Sai bem cedo para começar meu dia. O sol me anima a fazer tudo que for possível para transformar mais um dia em "aquele dia". E decidi que ia para um piquenique "by myself".

Cedinho fiquei caminhando sem rumo, só pelo prazer de admirar a cidade mesmo. E caminha daqui, caminha de lá, acabei descobrindo que a Livraria Lusophone não existe mais. Tudo bem, a essa altura eu estava conformada com o fato de que não há nas livrarias literatura francesa em outro idioma. Se for procurar por literatura brasileira tem sim em português, mas o mix não. Então tá. Procuro quando chegar no Rio.

Nesse roteiro acabei próximo ao Jardim de Luxemburgo. Comprei umas coisas básicas para comer, tipo uma quiche lorraine muito boa (queijo e bacon) e um doce feito com massa de pão um tanto amanteigado demais, mas comível.

E lá fiquei. O Jardim de Luxemburgo estava lotado. Não sei dizer se somente pelo tempo ótimo ou se normalmente fica assim devido à proximidade com a Souborne. O que contava é que estava muito cheio. Bem diferente de um dia, há alguns anos, em que passei uma tarde de outono lá, praticamente com meia dúzia de gatos pingados. Confesso que cheio demais empolga menos, mas não tira a sensação de tranquilidade.

Juntei as cadeiras, me encostei. Comi, escrevi, ouvir música...até que estava animada para continuar. E encontrei a Rosane, uma amiga que estava em Paris.

E com ela, fui andar pelo Marais. O bairro é charmosíssimo. E como a Rosane morou anos em Paris, acabou me apresentando a Paris que não está nos guias. Fui a uma loja de congelados que me deixou boquiaberta com a quantidade de comida. É possível oferecer um tradicional jantar francês com congelados e ainda ser chamada de grande chef. Depois, fomos à Place de Vosges, em Marais extramente charmoso, cercado pela construção do que antes eram as residências do rei e da rainha (uma de cada lado).

Sentamos na grama e lá ficamos batendo papo e vendo a hora passar. Voltamos caminhando para a altura da Catedral de Notre Dame porque eu queria jantar algo completamente diferente. E ai...

Entre uma andanças e comilancas, uma missa linda na Notre Dame!

Andei. E como...Meu dia comecou no Louvre e terminou numa missa na Catedral de Notre Dame! Coisas que só em Paris mesmo.

Os dias se tornaram maravilhosos. Ceu azul, embora um frio daqueles (ao menos para mim). E com a volta de dias agradaveis, me dei o direito de caminhar muito por Paris.

Sai do albergue na Bastille, fui ao Louvre e fiquei la por umas duas horas vendo e revendo umas coisas. Nunca é demais estar no Louvre. E o melhor é que o ticket é válido para todo o dia. Então, se eu cansasse (e cansei) poderia voltar mais tarde. E foi o que tentei fazer.

Sai do Louvre e continuei a andança. Para quem conhece a cidade (e para quem não conhece há o google maps) pode imaginar o quanto caminhei. Saí do museu e fui para os Arcos, sem pretensões de nada, só de caminhar mesmo pela cidade. Para o percurso ficar mais agradável, em vez de seguir pela avenida Champs Elissé, acabei seguindo parte do percurso pelo Jardim de Tuileres.

E la estavam as mais caras lojas do mundo. Como todos os turistas, não resisti e tirei uma foto da Louis Viton para uma grande amiga de Juiz de Fora que adora essas lojas.

Cheguei aos Arcos, mas não me animei em subir! Filas não me empolgam...

O dia estava tão agradável que segui para a Torre Eiffel. Um lindo caminho. Sentei um pouco às margens do Sena, me "assustei" um pouco com a quantidade de avisos para que se tomasse cuidados com batedores de carteiras. Como ainda estava muito claro e eu ainda tinha energia para emprestar e vender....decidi que voltaria a pé até Notre Dame para subir nas torres.

Da outra vez que estive na cidade, havia tanta fila quen desanimei. E andei demais até chegar lá.
E a surpresa dupla. Primeiro que pela quantidade de gente, fecharam o acesso às torres da catedral mais cedo. E a segunda...

Entrei na igreja para admirar e ai um som muito alto do órgao começou a tocar. Me dei conta de que comecaria a missa de domingo. Mais do que rapidamente, procurei um bom assento e decidi que assistiria a uma missa lá. Não sou católica, mas nem por isso não admiro a religião. Uma questào de tolerância mesmo. E olha... linda a missa.

Peguei o guia da missa para uma prima minha. Seria um souvenir para a Kelly que é católica praticante. Diferente as missas que já fui no Brasil, a de Notre Dame dura bem menos tempo e achei bastante ecumênica. Não posso garantir que todas sejam assim, mas a que fui, sem dúvida!

Saí de lá maravilhada com tudo. E ainda havia muita luz do dia. Nessa época do ano, as 21h ainda é claro em Paris. Tem coisa melhor?

Com toda a energia conseguida na quantidade de crepes que comi, além de um almoço dignamente francês (com entrada, prato principal e sobremesa) me dei de presente um almoço daqueles! Depois, ainda comia mais na rua. Os waffles com chocolate belga são imbatíveis.

Voltei para o albergue já escuro. Apaguei! Feliz da vida...

19 de abril de 2009

Perdendo de um lado, ganhando de outro!!!!

Muito chateada!!!! Foi assim que fiquei quando cheguei ao meu albergue de Paris e mexendo na mochila percebi que os aneis que comprei em Kutna Hora haviam sumido!!!! Simplesmente comprei 4 aneis para presentear 3 amigas que me ajudaram demais a conseguir viajar. E ai... alguem da companhia aerea fez o favor de, se nao roubar, fucar e perder!!!! Falei tanto palavrao na hora, mas ai vem Paris e tudo melhora - dependendo do ponto de vista, porque pra falar a verdade, quando o assunto e teclado... pode apostar que piora porque as letras mudam completamente de lugar! Pra quem digita rapido e um parto. Mas ainda lamento muito pela perda, e nem falo do dinheiro mas queria demais aqueles aneis para as 3... Vou ter que pensar rapido em outra coisa. Elas merecem demais... Uma inclusive me emprestou coisas e outra me aturou o ano inteiro com estresse de mestrado e ate pra praia com livros de teoria ela me carregava- Ju, saudade de voce, criatura doida de pedra!

E ai... a chuva finalmente chegou a primavera! Mas depois de meus dias de sol pela Europa desde o inicio - so peguei minutos de chuva em Roma - ia finalmente usar o guarda-chuva que comprei no Vaticano. Dei uma volta pela cidade, comi um crepe genuinamente frances e cai na cama pra me preparar para a maratona do dia seguinte!!

Pra comecar, sabe aquele roteiro: catedral, Louvre, Torre, Versailles, Arco, e bla bla bla????????
Nao vou fazer nenhum!!!! Nao do jeito turistao. Nao que eles nao merecam. Merecem e muito. Mas essa nao e a primeira vez que venho a Paris e ja fiz tudo isso da primeira vez. O que eu quero e tranquilidade.... Vou andar, descansar e ver o que for surgindo nas andancas.

Comecei o dia indo ao Montmartre!!! "A la" Amelie Polain fiquei caminhando pelo bairro, depois a catedral do Sagrado Coracao e andei andei andei... Desci pelo Pigalle, q regiao " da luz vermelha". Ha um shopping do sexo de 3 andares!!!!

E ai fui encontrar uma amiga do Rio que esta de ferias em Paris. Almocamos, e partimos para um tour especial... Como eu, a Rosane curte livrarias. La fomos nos duas a cata de umas encomendas de um amigo e de livrarias charmosas. Chovendo acabei num shopping subterraneo otimo pra quem vem a Paris fazer compras. Rodei o dia todo a pe, de metro e de onibus, ja que nao ia obrigar a Rosane a caminhar o mesmo tanto que eu.

Comprei uma sopa pronta do supermercado porque senti frio e apaguei. Nao antes de dar um
"fora" num cara do albergue que chegou pra mim e disse: voce e brasileira, nao e? Voce samba? NAO! Nao aguento mais responder isso. Mas como nao dava para o debil mental calar a boca ele soltou todo animadinho: voce vai fazer o que agora a noite? Tem programa ja? Reposta direta e objetiva... vou dormir! Soltei um educado boa noite em frances e subi indignada para o quarto. Era nojenta a maneira como ele falava comigo. Parecia animal pronto pra copular. Afffffffffff

Mesmo escrevendo pouco por causa do teclado... Paris e um presente de Deus! Mesmo col chuva e charmoso. Ou melhor, a chuva a deixa charmosa!!!!

Isso foi o aque fiz ontem... porque hoje... Jesus!!!!

16 de abril de 2009

Flowers in the window. Its such a lovely day(...)

Eu ia alugar uma bicicleta. Acordei cedo, comi e la fui eu pra rua. Cheguei onde alugam bicicletas e descobri que nao ha alugueis por hora, somente para o dia todo.

Como eu nao ia pagar 24 horas para andar duas, caminhei pela outra margem do Vlatva. Fui me embrenhando ruelas acima e abaixo e, quando eu achei que ia sem querer entrar numa residencia, acabei chegando a uma margem do rio que nao tem como caminhar por ela porque ja e quase dentro da agua. Otimo!

Parei no pequeno espaco que podia. E fiquei la. Uma vontade de tomar banho ali, mas muito gelada a agua. Para comparar... muito mais gelada que agua de geladeira no Rio de Janeiro. Mas tava otimo. Comecei a escrever umas coisas e resolvi que ja tinha andando tanto por Cesky Krumlov que ja podia me render a vontade de voltar a Praga.

Por isso eu nao compro passagem antecipada para canto algum, com excecao das aereas. Ai, fica-se livre pra fazer o que da vontade.

Voltei para Praga e no caminho ouvi Travis. E ouvi tantas vezes Flowers in the Window empolgada pela paisagem primaveril do interior da Republica Tcheca. Na volta, acabei sem querer pegando um onibus que passava por varias cidades. E quando digo passar, e passar mesmo. Parece um grande city tour. E foi otimo porque passei por lugares nada turisticos. Janelas abertas, pessoas colocando roupa no varal, gente consertando carro, crianca de bicicleta... Demorou mais, mas valeu muito a pena.

Voltei para o A Plus de Praga. Deixo minhas coisas aqui e vou pra rua para minha ultima noite em Praga. Marquei de encontrar a Korie porque ela tambem veio para ca, mas num onibus mais cedo.

E isso. Amanha as 14h eu vou pra Paris... Mas estou indo com uma vontade imensa de ficar aqui mais um tempo. Como conversamos ontem no albergue... bem que poderia me apaixonar por um tcheco um dia e voltar!

Esta vindo pra Europa? Traga repelente. Nao e piada!!!

Devo ter problemas, so pode. E definitivamente... o problema sou eu!!! Tenho alergia a picadas de insetos que nao sejam made in Brasil. No Brasil eles picam, fica vermelho - ou seja... feio - mas nada comparado.

Depois de uma noite otima, acordei toda picada!!!!!!!!!!!!!!!! E nao foi como em Roma. Parece de mosquito mesmo. Nenhuma das meninas reclamou de nada. So eu estava assim. O detalhe e que me picou no pescoco, alem do braco - o mesmo das bed bugs, nas costas. O do pescoco nao da pra esconder.

Ainda tenho a pomada que comprei e Roma e ja comecei a passar!

Agora imagina... chegar em Paris com varios calombos no corpo. Eu mereco!

Dica: se estiver vindo para a Europa, traga repelente. Parece piada mas nao e!

Entre uma sopa (?) e a Idade das Trevas

Depois de caminhar muito por Cesky Krumlov, era hora de comer alguma coisa que nao fosse doce - ja que experimentei muita coisa!

Fui a cata de um restaurante barato, mas com comidas bem locais. Encontrei um proximo ao albergue chamado Pod Radonici - mas so parei depois de pesquisar bastante os precos. O restaurante funciona dentro de uma pensao, que fica na rua lateral da praca central de Cesky Krumlov. Bonitnho, com televisao sintonizada em canais de clipes e, o melhor, com cara de taberna.

Peguei o menu e la se vao quartos de hora tentando escolher alguma coisa. Comecei por uma sopa e achei que era melhor nao pedir outra coisa porque estava com fome, mas nao exagerada. Ate que finalmente meu prato chegou...

Sopa? Aquilo era uma agua com pedacinhos de pao boiando. O nome? Staroceska Cesnka - claro colocando acentos em quase todas as consoantes. Em sintese, uma agua feita com alho, pao e queijo. Nao e ruim, mas vamos combinar que e preciso pensar bastante nos pre-conceitos... viajar e estar atento as referencias.

Entao ta. Nao matou minha fome. Na verdade, fez aumentar.

Fui la para o segundo prato. E ai comeca o probleminha. Primeiro como tava demorando pra escolher a moca me avisou que nao podia demorar porque iam fechar dali a pouco. E ela nao falava ingles, entao eu so entendia ela batendo no relogio. Ok. Eu escolho rapido. Comeco a desenhar pra ela que eu queria saber se havia meia porcao dos pratos porque eu tinha visto o prato do casal de asiaticos e aquilo era suficiente para umas 3 pessoas.

Ate ela entender....demorou muito! Muito mesmo.

Ok. Nao fazem. Entao pra nao ficar jogando comida fora e nao ter a mesma surpresa da sopa... Pedi um Fisilli Ve So Etanove, em sintese uma macarrao parufuso com queijo e pedacos de frango. Bom demais!!!!!!!!

Mas como eu disse, antes ela me avisou que tava fechando. Tanto que ela passava pra la e pra ca, limpando as mesas e a essa altura avisando aos casal de asiaticos que era pra fechar a conta, que eu nem lembro direito como eu terminei de comer. Na verdade, me senti numa maratona daquelas estilo filme americano que ganha quem come mais em menos tempo.

Ainda bem que eu nao queria sobremesa. Acho que nao era boa, porque na super mesa de outros MUITOS asiaticos nao tinha um prato de sobremesa que nao tivesse com mais da metade sobrando.

Voltei para o albergue alimentada, mas nao satisfeita porque queria saboreado mais o prato. Mas ta valendo. Demorei mesmo a escolher e Cesky Krumlov e como cidade do interior. Tudo fecha cedo.

E ai... eu pude entender um pouco o que era viver na Idade Media e o sentido de Idade das Trevas. As ruas sao super estreitas, escuras, de pedra e cheia de pequenos becos. A impressao que se tem e de que a qualquer momento alguem vai aparecer. Imagina aquilo no seculo 13? E eu sozinha...

Mas impressionante e que nao estava com um tiquito de medo. Estava na verdade flanando pelas ruas para ter essa sensacao mesmo. TUDO FECHADO, e ainda nao eram nem 22h.

Voltei para o albergue e fiquei conversando com a Oguna - nigeriana que ha 10 anos mora em Londres e da aula para criancas - e com a Korie, japonesa que organiza casamentos. Ambas viajando sozinha. E ai acabou chegando uma americana de uns 55 anos que viajava sozinha na Europa pela primeira vez. Minha noite terminou com risadas... imagina a confusao de 4 mulheres num quarto, cada uma de cultura diferente? Adorei!

15 de abril de 2009

Comprando caviar por menos de 2 euros!!!

E obvio que meus amigos nao ficarao chateados porque eu comprei lembrancinhas somente para algumas pessoas... tipo: pai e mae. Com a graca de Deus eu tenho amigos " pra dar, vender e emprestar! e ainda me sobra um Maracana. Adoro isso! E e por esse detalhe que fica complicado, ainda mais com meu orcamento apertado, comprar lembrancinhas. Sem esquecer o detalhe: estou de mochilao e nem tenho onde colocar coisas...

Ainda nao tinha visto nada para o meu pai. E ai, fui ao mercadinho dar uma olhada e achei CAVIAR pela bagatela de 32 KC!!!!!!!!!!!!!!! Ou seja, menos de 2 euros. Comprei so dois vidrinhos por causa de espaco e tenho que lembrar de sempre deixa-lo na geladeira e nao esquece-lo nas trocas de albergue.

Detalhe importante - nessa viagem ja perdi: oculos, cadeado velho do meu pai e ele nem sabe ainda, anel da minha mae, uma lente de contato. Acho que so isso. Um progresso.

E como e linda...Finalmente Cesky Krumlov

Para quem ja foi a Praga e facil. Imagina Praga, so que menor e sem tantos turistas!!!
Assim e Cesky Krumlov. A cidade e quase na Austria. O ceu e tao lindo como o de Praga, embora aqui esteja um pouco mais de frio - ao menos para mim!
Mas um dia daqueles que temos parecido no outono carioca. Dia de ceu lindo, temperatura para casaquinho e vontade de ficar na rua por mais tempo.

Assim que cheguei fui catar um lugar para dormir. O albergue e otimo. Travellers Hostel. Uma casa do seculo 13. Alguem tem duvida de que foi por esse detalhe, aliado ao fato dele ser bem na praca central, o motivo de eu me hospedar nele? E detalhe... preco otimo. 270 KC porque tenho carteirinha da Hostellling International. Para quem nao tem 300KC. Considera 1 euro como 25 KC e fica facil entender como a barato viajar pra ca - mas nao mais barato que Budapeste, mas quando eu voltar mostro as contas todas.
Ah detalhe: o albergue tambem funciona como taberna a noite. Da pra se sentir mesmo num dos filmes que retratam a Idade Media.

Sobre o banheiro????, separadinho, a proposito!!!

Me familiarizei com a cidade, fui ao centro de informacoes turisticas, vi os passeios da cidade. De verdade? Nao vou fazer nenhum! Mas quem quiser fazer, e bem barato. Meu motivo e outro. Eu quero sentir a cidade. Hoje caminhei bastante, lanchei um sanduiche que eu mesma fiz no cafe da manha do albergue e trouxe. Estava sentada a margem do Vlatva - sim, ele mesmo. Ele continua aqui!!! A diferenca e que menos ostensivo e nem por isso menos lindo. E o melhor e que a margem e literalmente "a margem" e e possivel tocar a agua se quiser.

Foi la que fiquei terminando de ler meu livro. E agora que acabou vou comprar outro. Ai, segui para uma livraria daqui que tambem e uma graca. Uma casa do seculo 13. Mas nao havia ninguem. A pessoa tinha saido para almocar ou coisa do genero. Como eu ja disse, reitero... as pessoas confiam demais nas outras. Simples assim. Passo la depois.

Amanha vou alugar uma bicicleta e pedalar por ai. Ha tambem a opcao de passeios de rafting para lugares aqui perto e depois voltar de bicicleta. Nao sei. Vou ver amanha.

Um outro passeio que as pessoas costumam fazer aqui e pegar um onibus e ir a Austria. Muito perto!!! Eu particurlamente nao vou. Prefiro conhecer melhor Cesky, mas e bem tranquilo pelo que vi. Mas acho que e pra quem esta mais no turistao " fui la e fotografei" mesmo. No meu caso, seria assim ja que parto amanha a noite para Praga. Entao, nem ficaria meus "previstos" dois dias e uma noite.

Ha um castelo aqui, que segundo meu Guia do Viajante Independente na Europa e o maior da Europa. E ha um paredao com a vista da cidade. Muito barato tambem.

Para quem bebe cerveja, Cesky Krumlov e uma maravilha!!! Quem sabe animo de bicar uma, se valer a pena jogar fora 99% dela...vamos ver. Ao menos posso responder a pergunta basica: a cerveja e boa mesmo?

Ps: para quem vier a Cesky Krumlov e nao quiser carregar a bagagem toda, eu nao tive problema de deixar minha mochilona no albergue de Praga porque vou voltar pra la depois, para minha ultima noite na cidade antes de embarcar dia 17 para Paris. Trouxe comigo minha mochila de todas as horas, coloquei o basico nela... muito melhor do que carregar as tranqueiras todas.

Comprovando que viajar nao e caro! Kutna Hora por 20 euros TUDO!!!!

Quando cheguei no albergue e fui arrumar minhas coisas para partir cedo para Cesky Krumlov, acabei fazendo uma conta rapida. Ai vai...

Gastei em Kutna Hora:
1 - ida e volta 120 KC
2 - tour pelas minas 70 KC
3 - capela dos ossos 50 KC
4 - ida a doceria 36 KC
5 - souvenir pra mim de Kutna Hora e uma caneta - 170 KC
6 - 2 idas ao banheiro publico - 10 KC

Soma ai... gente, nao chega a 20 euros!!!!! E isso por uma dia " de bem com a vida, feliz pra burro..." E possivel ou nao viajar em conta na Europa?

Acreditam em mim?????????????

De bem com a vida. De vento em popa. Feliz pra burro. Assim com o mundo!!!...

Podem rir, xingar ou me chamar de doida, mas enquanto eu caminhava ontem para a Bus Station (vamos lá, rodoviária!!!) da Florenc, foi isso que me peguei cantando. Na hora eu pensei em varias amigas que me matariam se me ouvissem cantando Xuxa. Paciencia. Assumo e pronto.
So que pra falar a verdade, era assim que estava mesmo. E ainda estou. Afinal, de ferias e gostando do que se esta fazendo, e impossivel nao cantarolar por ai - no meu caso, como sabem, nada demais, ja que falo sozinha.

Muito rapido ir a Kutna Hora. Na verdade, e mais rapido do que ir de qualquer ponto do Rio de Janeiro para a Barra da Tijuca. So que a diferenca: e fascinante a paisagem. Como e primavera, entao fica tudo mais lindo. Da estacao de onibus de Kutna Hora para o Centro leva-se, a pé, cerca de uns 25 minutos - sem se perder!

So que eu procurava a Church Bones, uma capela decorada com ossos humanos, que foi o motivo de eu ter empolgado em deixar Praga para tras. Mas ai...

Eu me perdi e fui parar no Centro, e a Church Bones era para o outro lado da cidade, ou melhor, praticamente fora da cidade. Foi ai que fiz um passeio otimo!!!

Vi um grupo vestido de branco, com capacetes e lanternas. Pareciam criadores de abelha. Continuei caminhando pra descobrir de onde sairam as criaturas e fiquei sabendo que ha um tour pelas minas de Kutna Hora, na verdade a maior proeza da cidade.

La fui eu. Quando cheguei para me informar sobre precos e afins, ela me apontou o preco para menores de 26 anos e estudante. Como eu pareco mesmo ter menos idade, paguei 70 KC e economizei. O passeio e otimo e estou louca para poder editar depois todos os posts colocando as fotos.

O tour leva grupos a 500 metros abaixo do solo. Frio, umido, estreito e em alguns momentos baixos, ate mesmo para quem tem pouco menos de 1,60...rsrsrs

O guia e um tcheco que tenta ao maximo explicar o tour em ingles, mas ele mesmo assume que e complicado entende-lo. No entanto, um senhor muito simpatico e que contou que ha 17 anos leva grupos todos os dias para as minas. Quando eu nao entendi o que ela dizia, perguntava para uma das americanas que conheci la. Duas irmas, que estao passeando por Praga. Uma delas me perguntou se eu ja estava na faculdade...rsrsrs Tiramos fotos pelo meu celular porque nenhuma de nos sabia que podia levar camera. Mas entao, Julia, que esta prestes a ir a Praga... pode levar a camera com voce se for fazer o tour pelas minas.

De la, segui finalmente para a Capela de Ossos. Quando eu perguntei o caminho, ouvi que levaria uns 50 minutos caminhando eque era melhor pegar o trem. Agradeci e la fui eu caminhando. Mas sem mapa me perdi e demorei muito mais do que isso. Mas cheguei e valeu a pena.

Foi o primeiro lugar dessa viagem que a recepcionista fez questao de procurar pra mim as explicacoes em portugues. Tirei fotos para digitalizar o material. E interessante demais a historia dos ossos la. E sinceramente, nao achei nada macabro ou de mau gosto. Pelo contrario, e muito interessante saber a historia da fundacao da cidade, das guerras hunitas e do antigo cemiterio, que tinha a fama de ser sagrado porque foi mandado pelo rei da epoca que se fosse a Jerusalem buscar terra santa. Dai, que haja na decoracao da capela ossos de algo em torno de 40 mil pessoas.

Voltei tranquilamente para Praga, mas comecei a sentir um incomodo nos pes. Ja nao era sem tempo, ja que eu literalmente bato perna. Mas ainda nao foi o suficiente para me impedir de ir as margens do Vlatva ouvir musica 0800, ver a noite mais uma vez de la. E ler meu livro que ta otimo.

Mas nao demorei. Comecei a sentir tambem uma tonteira e percebi que nao tinha comigo direito. Experimento de tudo. E la em Kutna Hora entrei numa doceria e pedi um tiramisu, uma misa rez - nao sei dizer direito do que era feito, so que era azedinha - e pedacos de chocolates parecidos com nutela. Por causa disso, na ida para o albergue passei num Tesco - uma grande rede de supermercados que tambem tem em Budapeste - e segui.

Quando cheguei no albergue... o estrago. Meu pe direito estava machucado em duas partes e acho que preciso de um tenis mais leve ou mesmo um sapatinho. Como estou indo para Paris em alguns dias, nao vou andar por ruas tao tortuosas. Um bom souvenir pra mim!!! rs

Apaguei cedo porque no dia seguinte seguiria para Cesky Krumlov, o segundo motivo da minha estada mais demorada na Republica Tcheca.

14 de abril de 2009

Indo para Kutna Hora

Sao 10h da manha agora. Tomei um bom cafe da manha. E experimentei comer repolho e cenoura a essa hora. Uma salada servida no cafe da manha do A Plus Hostel. Nada mal, embora nao seja costume nosso. Seguindo o Em Roma faca como os Romanos, escolhi comer o que tinha de diferente. Um iogurte natural, mas que nem de longe lembra o nosso porque e bem mais consistente.

Enfim, fiz um sanduiche reforcado para levar pra rua com todo tipo de frios que tinha. Nem sei dizer a diferenca de cada presunto daquele.

Dormi super bem. E vou a Kutna Hora, bem perto daqui. Nem ia mais porque queria ficar em Praga, mas vou la para ver uma igreja com ossos humanos na estrutura. E diferente das outras igrejas sempre com altar, vitrais, capelas...

Nao queria ir porque nao da vontade de sair de Praga, mas vou porque sei que vou me arrepender depois.

Ouvindo musica brasileira cantada por tchecos

Como alguns sabem, eu tenho algumas peculiaridades. E eu nao me importo de ouvir radio e nao entender nada. E mesmo pelo prazer de sentir o local. E foi assim, que dei risada como maluca enquanto caminhava depois das sonecas as margens do Vlatva.

Estava na ponte Strelecky e de repente ouvi: Quero a vida sempre assim, com voce perto de mim...
E isso cantado em portugues mesmo com sotaque muito, muito forte. Era a radio 90,3 FM. Uma cantora que obvio nao consigo nem imaginar como se pronuncia fez uma versao eletronica da musica e cantou em portugues mesmo. Ficou otima. E pra falar a verdade, se nao fosse o portugues muito arranhado (e tao dificil pra eles falar portugues quanto pra gente pronunciar qualquer coisa em tcheco) a musica ficaria bem melhor do que a versao Bossa Nova.

Um dia em que eu fiz nada! E isso foi o melhor...

Tem gente que acha que estar numa outra cidade tem obrigacoes. Sinceramente...nao acho nao. Faco o que estou com vontade. Tanto que eu sempre programo alguma coisa e esqueco que sou teimosa e vou realmente fazendo meu percurso pelo caminho mesmo.

E ai, cansada de museus, e de tudo! Isso porque Praga e um museu a ceu aberto. Nao queria ficar presa entre paredes enquanto a cidade pulsava la fora. E o que fiz foi, nesse segundo dia inteiro em Praga nao fazer nada!!!!

Como meu ticket so valeria ate dia 13, eu fui bem cedinho Nerudova acima.... ate o Castelo. Tomei um sorvete e achei que fosse ter um acesso de espirros fortes porque estava meio frio ainda (era muito cedo) embora o ceu estivesse como o ceu carioca. E la segui. Fui a construcao mais antiga bem preservada de Praga, Basilica de Sao George, segui para o Royal Palace onde ha uma mostra otima sobre a historia do Castelo e fiquei sabendo que Sao Sigismundo matou o filho do primeiro casamento porque a atual mulher previu que o filho o mataria! E depois ainda virou santo. Coisas da igreja. Vale a pena mesmo essa exposicao. Todo mundo se prende tanto a fazer o ritual basicao turista e acaba perdendo uma coisa assim.

E ai... antes das 12h eu estava a toa! E que a toa.

Entao, resolvi que iria ler. Segui para a margem nao turistica do Vladva. La tem um parque otimo. Muito verde, bancos e pessoas lendo. Meu lugar! Procurei um banco embaixo de uma arvore mais que batesse sol. Conjuguei sol e sombra, fiz a mochila de travesseiro e fiquei la vendo meu Gabriel Garcia Marquez. E dormi!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um dia lindo daquele, numa temperatura agradavel, a beira de um rio, num lugar cheio de arvores com cara de Primavera. Nao dava mesmo para me furtar disso. Dormi, acordei, li mais, dormi de novo. E quando me deu fome, segui!

Voltei a caminhar e a passar pela Venceslau Square, onde ha um grande restaurante de rua. E possivel comer de tudo tipico(e nao tipico) pagando pouco. E fiz novamente algo que nunca faco no Rio, comi na rua.

Comecei por um Caclavska Klobasa Vrohliku com Horcice (um cachorro quente de linguica alema com molho de mostarda) e de sobremesa Staroceske TRDLO, que nao consigo familiarizar com a nossa culinaria e so posso dizer que e DIVINO. E um doce bem tipico porque vende em qualquer lugar. E vi dele tambem em Budapeste, mas nao cheguei a experimentar e nao era tao frequente la. E muito bom mesmo, tanto que ao longo do dia comi uns 3.

A noite, resolvi que em vez de sair para bater papo ia ficar sozinha admirando a noite as margens do Vlatva. E la segui. Antes passei no albergue ( e tomei banho, lembra...). Depois segui para o restaurante a ceu aberto comprei pickles (parece batata frita, mas sao churros bem fininhos sem recheio e com bastante canela e acucar) e segui para o rio Vltava. Lindo demais! Magnifico. Fabuloso. Muita gente opta por fazer a mesma coisa. E gratificante ficar la sentada ou me pe, tendo como vista o Castelo Iluminado, os barcos que seguem o rio com turistas num tour pelo Vlatva. E ainda, como sou cara de pau, fiquei parada numa parte da margem (antes da Charles Bridget, na direcao de quem vem da Strelecky Ostrov) em que podia ver e ouvir abaixo o show de um tcheco (?) no mezanino do restaurante quase flutuante que cantava Beatles. Tudo pela bagatela de 0800!!!!

Nao havia mais nada que eu quisesse estar fazendo naquele momento. A unica coisa que eu poderia ter de diferente era ter meus amigos ali para compartilhar as maravilhas. Como eu tenho amigos pra caramba (disso nao posso me queixar) e meus irmaos sao amigos tambem, fiquei imaginando a Monique dizendo que e muita cara de pau ver o show assim, ou o Marcio falando... vamos descer, comer la e pagar!

Sinceramente, descer e pagar e sentar la nao tinha a mesma graca. E eu não fui a unica. Logo outros passantes perceberam o show 0800 e la ficaram tambem. Dividimos espacos numa boa. Assim e estar em Praga.

Como eu posso ter vontade de ir embora de um lugar tao magico? (estou sem saber como colocar aspas...).

Tomando banho de olho na porta!

Quem me conhece sabe. Nao sou de muita frescura, mas NAO TROCO DE ROUPA E NEM TOMO BANHO NA FRENTE DE NINGUEM!!!

Nao tenho 3 peitos ou sou uma aberracao da natureza, como me fala a minha irma. Eu simplesmente nao gosto. A Lais, uma amiga daquelas amiga MESMO, morou comigo, fez faculdade comigo, viajou comigo e nunca me viu tomar banho. Isso era ate motivo de risos entre ela e a Renata (juntas, formamos um otimo trio). Sou assim e pronto. Uma vez cismei de fazer massagem modeladora e me dei mal. Nao sabia que tinha que ficar sem sutia e eu ja tinha pago DEZ sessoes. Como a massagista era amiga de uma grande amiga (Fabiana) eu me senti a vontade pra pedir uma toalha. A mulher nao entendeu nada, mas me deu e toda hora empurra toalha pra ca, empurra toalha pra la.
Enfim, ja perceberam que eu sou timida!

E ai... meu novo albergue otimo... so tem um problema. O banheiro do meu andar para banho e como banheiro de presidio ou quartel, embora so tenha visto ambos pela TV. Ha um grandes espacos com chuveiros separados. Atente para o conceito de chuveiro porque e bem diferente do nosso.

Quando vi aquilo decidi que ou eu nao tomaria banho ou tomaria banho de calcinha e sutia pretos. Embora eu ache isso nojento porque isso nao e tomar banho. E a outra opcao surgiu. O albergue ta meio vazio e eu ia era tomar banho correndo antes que mais alguem tivesse a mesma ideia.

Peguei a toalha, coloquei bem ao alcance rapido. Deixei meu oleo seve pra la. E tomei o banho mais apreensivo da minha vida. Gente, eu sei que super normal tomar banho, se trocar na frente de outras mulheres. Mas eu nao sou normal... entao paciencia!

Deu tudo certo. E cronometrado porque logo depois apareceu alguem.

Tomei meu banho e la fui eu voltar as ruas de Praga para ver o entardecer. Como a noite e mais fria que o dia, preferi ficar limpa mais cedo, chegar e apagar!

Sozinha num quarto com 10 camas! Que maravilha...

Acordei no dia seguinte decidida a ir embora do Sir. Tobys. Eu ate aturaria numa boa a distancia, ja que como estou viajando sozinha e o conceito de vida noturna dos tchecos e bem diferente do nosso... voltar ate 00h pra mim nao e problema. Mas aguentar os holandeses que estao no meu quarto, e pra mim um grande problema.

Sou boazinha, juro! Educada, tento ao maximo evitar uma discussao. Mas nao me provoca muito. E ai...

Chegaram umas meninas no quarto, o que foi suficiente para eu ter coragem de dormir a segunda noite no albergue. E elas falavam espanhol. Otimo. Era a hora deles sentirem a mesma coisa que eu. E falavamos deles em espanhol o tempo todo. E com os babacas olhando com cara de elas estao falando da gente. E eu principalmente estava mesmo. Contando a elas como eles eram. E rindo horrores e ainda olhava para a cara bem direto de um deles pra ele entender que eu realmente estava falando dele. E horrivel isso, mas ai eu consegui dormir melhor.

E nem foi preciso muito tempo para as meninas comprovarem sobre o que eu falava. Em menos de 20 minutos eles foram tao grosseiros e mal educados como foram comigo quando cheguei. So que uma delas era bem esquentada e partiu logo para um esporro basico pelo barulho, pela batecao de porta e pediu que eles respeitassem dois caras (que eu nem tive tempo de conhecer) que estavam dormindo.

Enfim, na manha seguinte peguei minhas coisas, fiz o check out e fui em busca de um outro albergue. As 9h15 da manha ja estava na rua para mais um dia de andancas porque ja tinha conseguido outro albergue e ja tinha deixado minhas coisas. A Plus Hostel, localilzado na Na Florenci 33.

Nao e tao bonito, nao tem a mesma estrutura. Mas e tao bom quanto porque ha algo nele essencial - fica a poucos metros da Old Town Square. Faco tudo a pe e volto a hora que eu quiser. E o detalhe: estou sozinha num quarto que tem 10 camas. Tudo porque acabou o feriado e, com isso, a cidade esta menos cheia (escrever mais vazia seria mentira).

O grande problema de Praga e nao querer ir embora!

Achei um problema em Praha ("metidando" a escrever como eles escrevem)! Nao da a menor vontade de ir embora. Tenho voo marcado para Paris dia 17 e por mim ficaria mais tempo aqui. E tudo tao lindo, tao tranquilo. A cidade e limpa, segura, contemporanea e medieval ao mesmo tempo.

No meu primeiro dia de caminhada, segui pelo Centro e fui pela Nerudova e depois peguei o caminho de um escadaria para mesclar a subida ao Castelo de Praga.

La, comprei um ticket economico porque sinceramente nao aguento mais ver igrejas (desculpem-me pela sinceridade). Estava mais encantada em ver uma ruazinha medieval que tem na propriedade do Castelo, onde moravam os trabalhadores. E la, me diverti demais vendo como eram pequenas, alem de baixas, cada uma das casas. No numero 22, uma casa atualmente pintada de azul, e a mais visitada. Atualmente vende souvenir, mas foi ali que o Kafka viveu e escreveu, antes de morrer de tuberculosa num manicomio. Confesso que nao entendi a relacao tuberculose e manicomio nos textos que li (a gente aqui ganha guias locais toda hora). Quando voltar pra casa vou pesquisar mais sobre ele. Ja li uns textos mais curtos dele. Um inclusive um bem interessante sobre a construcao de uma cidade perfeita, com a Torre de Babel. Otimo.

Voltando. Nessa pequena rua (paga para visitar) o segundo andar e dedicado a vestiario, armamentos e varias armaduras. Ha tambem uma mostra de vidros. Ha uma escada meio escondida para quem entra e em vez de seguir como todo mundo, fiz o inverso. Por essa escada, descendo bem abaixo do nivel do solo ha um espaco onde deveria estar uma exposicao. La nao tem nada, mas e possivel sentir como era viver ali ha seculos. E frio, feito totalmente de pedra.

Quando eu estava descendo, havia um senhor atras de mim. E ele ficou impressionado com o tanto de frio que de repente eu passei a sentir. Como esta quente aqui em Praga, estava com camiseta ribana. Papo vai papo vem, surgiu o assunto basico: where are you from (gente, desculpa mas nao acho qual o comando para o ponto de interrogacao)...

E ai ele comecou a me contar a ida dele ao Brasil ha quase 60 anos. Pra voces perceberem como ele e bem mais velho , e no entanto estava la, sozinho e se divertindo pra caramba. Me contou a ida dele a Manaus, a Belem e falou maravilhado sobre as duas semanas que passou no Rio de Janeiro. A proposito, ele descreveu um Rio que eu mesma nao conheco. Tranquilo, de praias lindas e limpas. So as pessoas amigaveis e o que eu pude confirmar.

E depois de andar tanto pelo bairro do Castelo, fui a uma parte destinada aos presos. Horrivel, embora interessante. E la eu desisti de continuar pelo Castelo nesse dia. Nao queria fazer nada cansada e era domingo de Pascoa. Entao estava cheio demais. O ticket me dava direito a continuar no outro dia. E foi o que fiz.

Sai dela caminhando. Descansei em baixo de arvores ao longo da cidade. Conheci um jornalista servio que cobre futebol e que, embora nao soubesse nada de portugues, sabia mais dos nossos jogadores do que eu. Ele estava aqui a trabalho e se deu o direito a uma passeada por Praga.

De noite fui caminhar pela cidade, mas de olho no relogio. Afinal, fui fazer a besteira de me ater a conforto (algo que eu nunca faco) e para chegar ao meu albergue (Sir. Tobys) so com tram e ate 00h15.

12 de abril de 2009

Que noite MAL dormida

Cheguei ao albergue Sir Tobys pregada. Lindo, boa estrutura, embora um tanto afastado do Centro. Ha senhas para entrar no albergue, as portas dos quartos funcionam com cartoes magneticos, o cafe da manha custa cerca de 4 euros e pode-se comer a vontade. Tudo no estilo " faca voce mesmo". Fogoes ultra-modernos para panquecas, ovos mexidos. O albergue e o melhor em estrutura que ja conheci.

E ai...

Procurei uma cama vazia (sem identificacao), coloquei meu nome nela. Tomei banho e quando estava indo dormir chegaram algumas pessoas. Brasileiros. Foi otimo. Falei portugues, me informei sobre a cidade. Ate que a mineira me disse: voce vai ver as criaturas que estao aqui no quarto com a gente. Sao uns holandeses estranhos...

Como eu estava com muitas pessoas no quarto relaxei. Ate que la pelas 4h da manha....

Uns caras chegaram fazendo maior barulhada. Fingi que estava dormindo e ouvi um deles ficar com raiva porque eu estava na cama. Acho que ele queria ter trocado de cama antes de sair. Paciencia. Continuei fingindo que estava dormindo.

E ai....

Quando as luzes apagaram e eu virei de lado vi que um deles era tao grande que os pes ficavam para fora da cama. Era careca e estava de cueca todo "arreganhado". Procurei outra palavra e nao econtrei. Desculpe-me. Mas era assim mesmo que ele estava. E pra piorar o cara parecia que tinha uma moto no nariz.

Eu obviamente nao dormi. Tentei abafar os som colocando o travesseiro em cima da cabeca e de nada adiantou.

Quando acordei hoje bem cedo conversei, aos sussuros, com a mineira e ela me disse que eles (o grupo de brasileiros do quarto) vao embora hoje. Nao fico naquele quarto com aqueles caras nem amarrada. Isso que e meio complicado (por questao culturais) com os albergues europeus. Quase nao ha quartos separados por genero porque eles contam com o bom senso. Tenho que confessar que e a primeira vez que isso acontece desde que comeceia a usar a albergues com quartos mistos nessa viagem.

Nao acho que seja algo corriqueiro pessoas tao sem nocao de educacao (porque parecia que nao eram 4h da manha e muito menos que estavam praticamente pelados). Segundo a paulistana do quarto, um deles so faltou colocar a bunda na cara dela enquanto arrumava a cama.

Ja estou a procura de um novo albergue. O Sir Tobys e bom. Mas eu quero estar mais perto do Centro. No entanto valeu por um brasileiro que faz mestrado em cinema em Barcelona, e que conheci no Sir Tobys. E como o mundo e pequeno ele conhece Juiz de Fora, conhece o Festival Primeiro Plano e temos conhecidos em comum...

Como hoje e Domingo de Pascoa o comercio esta fechado, entao vou aproveitar para ir ao Castelo e no caminho ver algum albergue para me hospedar.

E Thalita... ta quente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Dei sorte, menina! O dia ta lindo. Ceu azul, fresco...

Cheguei onde eu mais queria. Praga! Aqui sim, vou bater perna demais.

Vale a pena andar de onibus entre Budapeste e Praga

Como eu sei que as coisas " sempre acontecem comigo" sai mais cedo do albergue de Budapeste para a Estacao Internacional de Onibus. E correu tudo bem. O unico imprevisto e que eu nao sabia direito onde pegar o onibus porque a empresa pela qual comprei a passagem fica fora do terminal. Entao, se for pegar algum onibus por essa companhia (orangeways), a parada fica do outro lado da rua, na esquina com o clube de futebol local. Nao tem como errar!

Mas da pra indicar a companhia para quem for fazer o percurso de onibus. Sinceramente? Muito melhor do que trem. E tem servico de bordo, vim assistindo Mamma Mia ( dublado em magyar e legendado em inglês) , ha bebidas gratuitas (capuccino, cafe, chocolate e agua) e fone de ouvido para as estacoes de radio.

Ha uma parada de uns 15 minutos na Bratislava. E para quem nao teve tempo de conhecer a cidade, o onibus faz praticamente um " city tour". Como eu li meu guia quase todo, foi possivel reconher varios pontos da capital da Eslovaquia.

Outra coisa importante. As estradas sao grandes retas., o que facilita para quem enjooa (eu mesma!) e foi ate possivel ler em viagem porque nao trepida nada!!!! Estradas européias...não as esburacadas do Rio de Janeiro

Ou seja, dinheiro bem aplicado. Cheguei a Praga por volta das 23h30, peguei o metro e depois o tram e cheguei sa e salva ao albergue.

Vai ai o site da empresa que viajei. www.orangeways.com/
Ha tambem outras, como www.studentagencybus.com/ e www.elvira.hu/

11 de abril de 2009

Um jantar a luz de vela e sozinha! Qual e o problema?

Queria ver a cidade ilumidada. E segui de volta ao Centro. Fiquei andando na Vaci utca, parei para ver uns precos e comparar com o que tinha comprado mais cedo. Ah! e. Esqueci de comentar que achei uma outlet da Nike e da Puma otima na Terez Korut, proximo a estacao Oktogon. O nome da loja e Marriot. Uma bolsa da Nike por cerca de 20 euros. E tem de tudo. So nao comprei mais coisa porque nao tinha grana e nem como carregar.

Enfim... e noite chegou, a cidade me inspirou e estava com muita fome. Me dei entao um presente. Um jantar bom, num restaurante legal e tentando esquecer um pouco o preco. Na Vaci ucta mesmo encontrei o Gyorgy-Villa.

E me dei um jantar a luz de vela. Maravilhoso. Sai de la literamente satisfeita com a comida, com a sobremesa e principalmente com o fato de ter rido de mim mesma naquela mesa com a vela. Imaginei duas amigas ali. A Re e a Lais que sempre me repreenderam porque eu ficava " catando" comida barata.

E o melhor, alem da comida e que nao me senti um ET. Tudo bem que eu era a unica comendo sozinha, mas nao reparei ninguem olhando. E se falaram algo, tambem nao entendi. A verdade e que eu estava entretida copiando o nome do prato, tirando foto do prato, foto da sobremesa e acho que talvez isso sim tenha chamado a atencao.

Entao vamos la:

Prato - Marhaporkolt Sosburgonyaval
Sobremesa - Gundel Palacsinta

ps: se algum souber de restaurante hungaro no Rio me avisa que quero comer a sobremesa de novo! Simplesmente maravilhosa.

Meu primeiro " calote" consciente!

Estava na minha ultimo dia inteiro em Budapeste e resolvi fazer diferente. Em vez de so bater perna, resolvi que ja era hora de experimentar andar de tram. Pra quem nao sabe, e como um bonde daquelas que havia no Rio de Janeiro ha algumas decadas.

La fui eu. Procurei uma estacao que eu precisasse fazer menos " conexoes" possiveis. Claro que embora todo mundo ande nele tambem sem pagar, minha experiencia com a Lei de Murphy sempre fala mais alto. E ai...

La fui eu tentar entender o Magyar da maquina de tickets e depois de apertar demais os olhos para conseguir ler algo (preciso trocar as lentes...e como os oculos perdidos me fazem falta!) achei uma versao em ingles.

Coloquei la 290 Ft (pouco mais de 1 euro)* e a maquina SIMPLESMENTE engoliu meu dinheiro mas nao me deu o ticket. Fui ler a baixo e havia em ingles que se desse problema era para ligar para uma central. Agora me diz...Quem vai ligar para uma central e explicar em magyar/hungaro que a maquina nao entregou o ticket?

Fala serio! Eu fiquei indignada. E ai, um hungaro gente boa que estava perto e que tinha trocado minhas notas por moedas me disse que isso acontece as vezes. Na cara de pau que Deus me deu entrei confiante no tram sem ticket e com o discurso na ponta da lingua se fosse parada por um agente. A proposito, se vier a Budapeste e for a uma das maquinas, elas so aceitam moedas e podem nao devolver troco (isso mesmo, ta la escrito que ela avisa se nao tiver troco).

Andar no tram e uma maravilha porque e super rapido. E ha possibilidade de trocar. E como onibus urbano, com a diferenca de que nao enfrenta engarafamento (embora pare em sinais vermelhos como o transporte comum) e nao precisa pagar de novo.

Segui para o Parque Municipal. Ha um castelo construido com as varias tendencias arquitetonicas da Hungria, lago, zoologico e o principal pra mim... tranquilidade.
Deixei de bater perna e fiquei la fazendo um "picnic" com coisas que comprei num mercado perto e lendo o livro que comprei aqui. Como nao encontrei na maior livraria daqui livro em portugues que nao fosse do Paulo Coelho, peguei o Gabriel Garcia Marquez " Do amor e outros demonios" em espanhol mesmo. Gosto de ler em espanhol e e um bom exercicio.

La fiquei por horas me despedindo de Budapeste.

Voltei no final da tarde para o albergue porque estava decidida a me despedir da Budapste a noite tambem.

E ai....

Budapeste / Praga por uns 13 euros

(ainda no teclado hungaro e amanha... acho que piora. rs)
Parece barato e e! Fui pesquisar o preco do trem para Praga e ai, no meio do caminho, acabei descobrindo atraves de um australiano que ha algumas companhias de onibus que fazem o percuso por menos da metade do preco. E demora a mesma coisa, cerca de seis horas e meia de viagem.

Alem disso, eu fiquei mais tranquila tambem porque toda hora alguem aqui fala (ou leio) para tomar cuidado nos trens com a bagagem.

Se e bom? Nao sei. Descubro e conto depois. E ai, Julia, vc que em breve vem para " essas bandas" pode ter uma economia significativa.

So nao facam como eu, que demorei pra descobrir e quando fui fazer reserva nao tinha mais para os melhores horarios. Vou chegar em Praga as 23h, mas estou com mapa, dinheiro (troquei bem antes, mesmo perdendo na cotacao, mas nao corro o risco de passar de novo a mesma coisa de que quando cheguei na Hungria) e na estacao de onibus ha conexao com o metro e depois pego um taxi! Mais seguro...

Agora... Praga

Uma amiga de viajante (Thalita) la de Londrina, esteve em Praga em setembro (e tambem sozinha!!!) e me passou varias dicas. Na verdade, a coitada teve a maior trabalheira, mas escaneou pra mim uma revista com muitissima coisa sobre Praga e Budapeste... Valeu demais Thalita.

Ja estou relendo algumas coisas e com tudo anotado desembarco la hoje a noite, e amanha bem cedo ja estou batendo perna por la. E espero, comendo muito!!!

10 de abril de 2009

Fazendo na Hungria o que nao faco no Brasil.

De ferias e aberta a novas experiencias, estava "flanando" por Peste quando na Vasci utca eu me deparei com uma especie de restaurante a ceu aberto. Quiosque com todo tipo de comida e artesanato hungaros.

Estava um dia lindo ontem ( a proposito, desde que cheguei a Europa nao fez um dia feio sequer - mesmo em Roma que choveu, foi algo muito rapido) e eu resolvi que iria almocar por ali mesmo. Mas ainda nao estava com fome e por isso segui ao Parlamento. Confesso que fiquei um tanto decepcionada com o lugar. Nao que nao seja lindo, mas nao tinha nada a mais do que um bonito predio. Na verdade, nao me encantou como a parte Buda de Budapeste.

Mas enfim, falando da comida... voltei para o " restaurante" e tomei coragem de finalmente comer comida de rua. Nao faco isso nunca! Quem me conhece sabe que sou fresca para comidas de ambulantes e ate mesmo para fast food. Hamburguer, por exemplo, alem do Mc' Donalds so no Mary Milk (uma lanchonte MARAVILHOSA que tem em Juiz de Fora - Minas Gerais). Faco parte, assumo, das pessoas que creem que " o que os olhos nao veem o coracao nao sente" quando o assunto e comer.

E ai... fui la pedir a comida.

Os vendedores estavam impacientes, entao nem tive muito tempo pra poder escolher - e muito menos perguntar o que era cada coisa. O valor da comida foi otimo. 1200 Ft. Algo em torno de 5 euros. O sabor? Nada mal, embora a tal da batata estivesse meio seca. O nome do prato? Nao faco nem ideia porque nao tinha anotado e duvido que alguem la fosse parar pra escrever pra mim.

9 de abril de 2009

Colocando as fotos - parte 1

(nao tem como eu usar palavras com a ultima letra do nosso alfabeto porque nao tem no teclado!!!!! Acredita?)

Olha que sufoco! Tudo para sanar a curiosidade da Malu e do Alusio que ficam me falando das fotos.
Eu estou na segunda lanhouse do dia. E consegui conectar o pendrive, mas....

A internet e lenta demais e ainda precisa ler em outro arquivo. Com isso, hoje transfiro os dados e amanha espero conseguir colocar as fotos. Ha muitas, vou selecionar algumas mais legais. Como por exemplo, do meu almoco hoje em plena rua!!!

Entao, amanha estara tudo aqui, espero!

Josi, Fabiula, Mariana...

Durante esses meus dias de viagem (completo hoje 13 dias viajando) uma coisa que chama atencao e que ha muitas mulheres viajando sozinhas. Inclusive isso foi assunto no albergue de Roma entre algumas mochileiras que estavam la. No entanto, ainda ha quem se espante com o fato. Aqui mesmo na Hungria, toda hora que alguem novo no albergue sabe que estou sozinha acha tudo " tao fantastico" que eu poderia ate mesmo achar que e algo do outro planeta.

So que nao e. E as "meninas" estao ai para provar isso.

A Josi e de fibra mesmo. Saiu do Brasil e foi para a Nova Zelandia. Na ida, acabou ficando por la mesmo e nisso se passaram 3 anos, ate que ela desembarcou no mesmo dia que eu em Roma. Foi em busca da cidadania e vai ficar por la mesmo. Chegou com grana contada e atras de trabalho. No meio do caminho em Roma pegou uma gripe fortissima e nem por isso ficou sentada na sala comum do albergue. Ja esta trabalhando e tenho certeza de que em pouco tempo ela estara super bem instalada la.

A Fabiula... Mineira de Uberada estava sozinha em Roma se despedindo da Europa, ja que voltaria para o Brasil em poucos dias. A mesma que foi dar de " garota esperta" no trem e nao comprou o ticket ja que " ninguem paga mesmo" e desembolsou 50 euros de multa, mais o valor do ticket de 11 euros. Ela contando a abordagem policial e o teatro dela para fingir que perdeu o ticket e hilario!

Mariana, argentina de Buenos Aires. Veio sozinha para a Europa. Antes de Roma, ja tinha ido para Londres e Paris. E da Italia seguiu para a Alemanha. Sozinha e se hospedando em albergue e gastando o minimo possivel (segundo ela mesma fala, no maximo 30 euros por dia sem contar o albergue)

Jessica, meio americana meio mexicana... desembarcou em Veneza um dia antes de eu ir embora. Sozinha tambem, ainda seguiria para Roma para se hospedar na casa de conhecidos e economizar. Segundo ela mesma: " eu ainda sou estudante, entao pra eu viajar tenho que alternar casa de amigos e albergues".

Enfim... essas sao muitas das inumeras historias de mulheres que viajam sozinha. Nao e coragem mesmo. Mas e uma vontade imensa de nao ficar em casa deitada no sofa. So isso!

Entre a fome o Magyar

Depois de andar muito, subindo e descendo ladeira, andando por tudo que era canto e sem me ater muito ao mapa, me deu fome. Foi quando percebi que ja era de tarde.

Procurei um restaurante, mas nao queria um daqueles turisticos. Estava mais para algo caseiro, a cara ( e o gosto) da Hungria. Alem disso, sao mais saborosos e bem mais baratos. Nessa andanca que demorou uns 30 minutos (quem me conhece sabe que eu rodo mesmo atras do que e melhor na relacao custo x beneficio) reencontrei duas italianas que estavam no mesmo bendito transfer que me deixou no Centro de Budapeste ( do lado Peste) e que viram meu desespero. Mais um Ciau "a la" italiano.

Continuei caminhando ate encontrar na Fu Utca 8, um restaurante. Anotei o nome para deixar registrado, mas burramente nao sabia que Etterem significa restaurante e o que vinha em quase uma frase abaixo eu abstrai - era o nome do lugar. Desculpem-me pela burrice, mas fica ai o endereco. E do lado de Buda (meu primeiro roteiro de andancas).

Havia um menu em ingles, mas escrito a mao e com o hungaro logo abaixo. E ai, confesso que escolhi o cardapio no " unidunite" mesmo ( a Leticia, uma amiga apaixonada por gastronomia deve achar isso uma heresia, mas foi assim mesmo). Eu nao tinha tempo para bancar a decifradora de hieroglifos. Parti mesmo para a sorte e o que veio foi Pilsgulash Nuit Wocrevem

Em sintese, cogumelos com uma massa picadinha feita de batata e coberta de coalhada. Nada mal. Para beber um copo de suco de laranja - meio azedo, confesso - e tudo pela bagatela de 820 Ft. Algo em torno de 4 euros.

Abastecida e sem coragem de aplicar o mesmo metodo da sorte para a sobremesa, segui caminhando tranquilamente por Buda.

E impressionante como essa parte da cidade esta em total construcao. Mesmo o Castelo de Buda, a Citadela (que tem um bunker usado na 2 Guerra Mundial) ou as pontes na verdade sao reconstrucoes porque boa parte da cidade foi bombardeada. Embora nao sejam as construcoes originais (mas apenas parte) e muito intrigante ver como eles se empenham em reconstruir o pais exatamente do jeito que era antes.

Andar por Buda e ver todo o trabalho de reconstrucao, ver uma cidade limpa, sem indices altos de violencia... me deixa pensando que talvez o Rio de Janeiro precise mesmo chegar a um estado tao de degradacao para ai sim, se reinventar. Quem sabe!

Ainda bem que falo sozinha!

Minha mania de caminhar me fez bem ontem. Como nao tinha dinheiro para nada, fui andando procurando uma casa de cambio. E encontrei nem tao longe. So que decidi que como teria 3 dias inteiros na Hungria, iria dedicar 1 dia inteiro ao lado de Buda, 1 inteiro ao lado Peste e o outro decidiria depois desse dois momentos. E por isso, recusei o convite de 3 americanos para ir ao Parlamento com eles. Um deles me disse que no tram nao cobram nada e que nao teria problema nenhum pra mim. Agradeci demais, mas segui sozinha mesmo!

Caminhar do albergue ate o Danubio demora cerca de 1 hora andando devagar, afinal nao tenho compromisso com nada.

No meio do caminho quando ja estava achando os hungaros mal-educados, uma garota percebeu que eu estava meio perdida e me ofereceu ajuda. Falou ingles o tempo todo e ainda me disse o que poderia visitar naquele lado da cidade.

Resolvi encarar uma subida proposta por ela para o Monumento a Sao Geraldo (que eu soube pelo guia que comprei na andanca, foi um martir jogado la de cima dentro de um barril e que depois virou santo). De la de cima, olhei mais para o alto e vi o Monumento a Liberdade. La fui eu. Uma subida e tanto. Mais ou menos uns 30 minutos morro acima.

Caminhei muito e ja estava me perguntando porque eu estava tao agasalhada se para todos parecia verao. Comecei a sentir calor mas nao podia fazer nada alem de tirar o casacao.

Enfim, cheguei e realmente a vista compensa tudo.

Detalhe: com uma subida desses e evidente que vai dar sede. Com isso, pode-se imaginar o valor da agua logo na chegada no primeiro quiosque que apareceu? Entao, se forem a Budapeste e resolverem fazer o percurso... leva agua com voce e economiza ai o equivalente a uns 3 euros.

Sem dinheiro na Hungria, pedi emprestado!

(teclado... vcs sabem)

Claro que nao poderia ser comum minha chegada a Hungria. Primeiro foi um susto no aviao, em que confesso, pensei seriamente que iria partir numa viagem bem maior. O aviao passou por muitas turbulencias. Num dos momentos paguei um mico daquelas porque houve uma queda meio brusca e eu agarrei a poltrona e soltei um sonoro AI! que serviu de piada para uma senhora toda risonha (nao sei como ela conseguia sorrir naquela situacao). Retribuiu o sorriso com uma cara de quem esta em panico. Muitos Pai-Nossos ate tocar o solo, eu nem conseguia bater palmas com o resto dos passageiros para o piloto. Eu so agradecia demais a Deus porque sinceramente, nessa hora, eu juro que nem pensava na morte, mas na coitada da minha mae - que nao aguentaria outro susto depois da historia do terremoto.

Ja em solo...

E ai... e que comecou mesmo minha grandiosa chegada a Hungria.

O transfer que paguei junto com a compra da passagem pela Wizzair me deixou no Centro. Mas assim, seco mesmo. No Centro. Nao numa estacao de trem ou metro ou coisa do genero. E pra piorar o motorista nao tinha ideia de onde era meu albergue. Ta, tentei me controlar e procurar num mapa horrivel que ele me deu e juntos vasculhamos o mapa e nada!

Ai, ja decidida a pegar um onibus que pudesse me deixar perto de Buda, me dei conta de algo extraordinario: nao tinha trocado o dinheiro para o Ft (a moeda hungara) e estava sem dinheiro algum. Isso porque...

Quando eu cheguei no aeroporto ainda meio zonza com o voo, corri para um banheiro porque estava desesperada ja e no voo eu nao tive coragem de levantar da poltrona. Nisso, eu ouco: Monica Sousa apresente-se no setor de informacoes!

Gente, corri como louca. E la cheguei. Entao, nao deu tempo de trocar os euros/dolares. Estavam ja me esperando para o transfer. E juro, meu segundo aeroporto na Europa nessa viagem e o segundo a chamar meu nome pelo auto-falante nao e nada agradavel. Acredite!

Entao, voltando ao Centro de Buda... Pensei no cartao de credito. Mas ai o que aconteceu? O Banco do Brasil por motivos de seguranca (coisa que so vim a entender no dia seguinte quando liguei aos berros para o banco) tinha bloqueado meu cartao.

Entao ta. Eu sozinha, escurecendo, na Hungria, sem falar picas de magyar (a lingua daqui, que chamamos de hungaro) e sem entender bolhufas do ingles que eles tentam balbuciar.

Corri para um taxi. O carro era antigo, daqueles que nem existem mais no Brasil. Mas o taxista muito gentil falava algumas palavras em ingles enquanto fingia que estava sabendo onde ia. No entanto, ele estava mais perdido do que eu. E ai, meu desespero ficou claro quando comecei a apontar para o taximetro. Ele entao, se rendeu e pediu ajuda pelo radio. E la fomos para mais uma rodada. E entao, ele teve que parar um local (ja estavamos no lado de Buda) que mostrou onde era a rua do albergue - super escondida num suburbio tranquilissimo.

E ai... tive coragem de dizer pra ele que nao tinha dinheiro!

O homem comecou a me olhar meio estranho. E eu disse que ia pegar no albergue porque se ele nao trocava euros, o albergue trocaria. Ledo engano.

Um casal de suicos que estava no albergue se prontificou a me emprestar dinheiro ate que eu trocasse (gente finissima os suicos) mas ai o rapaz do albergue me emprestou o dinheiro e colocou na " minha conta" ja que o cartao nao passava de jeito algum para tentar pagar o albergue. Imaginem a minha cara??????????????/

Total da conta do taxi: 2350 Ft. Uns 10 euros.

Nesse dia, nem consegui me socializar direito no albergue tamanho era meu cansaco mental. Fui ao mercado (mas nao tive coragem de pedir mais dinheiro emprestado e recorri ao cartao do meu irmao que ficou comigo - salve ele!).

Mercado feito, fui pra cozinha do albergue ( que por sinal e lindo demais) e comecei a bater papo com o casal de suico enquanto fiz a pior sopa da minha vida. Comi, cai na cama ainda agradecendo a Deus pelo voo da Wizzair! No final, eu ja ate ria do fato de ter pedido dinheiro emprestado na Hungria...melhor de tudo e estar viva mesmo.

I Believe in Miracles

Quando estava me despedindo "da minha Veneza" tocou I believe in Miracles do Ramones no mp3... E comecei a rir... Porque eu realmente acredito em milagres ou nao poderia ter passado 10 dias otimos na Italia, sendo uma jornalista - um tanto dura no momento!!!

Entao, sou a prova vivissima de que e possivel vir a Europa gastando pouquissimo. Vou com calma depois separar todas as contas, prometo. Mas fazer isso em plena viagem e perder meu precioso tempo. Entao, por enquanto fiquemos nas descricoes mesmo.

Entre perdas e ganhos, fiquei no 1x1

(esse teclado hungaro ta me irritando profundamente, ainda mais porque o computador e literalmente um pos 486)

Bem, vamos a coisa pratica. Por enquanto, eu estou mais descrevendo algumas coisas da viagem, mas assim que voltar e estiver tranquila vou detalhar precos, onde comer, o que fazer... enfim... as dicas para tornar a viagem possivel. Enquanto isso nao chega, vamos a fatos.

Comprei meu ticket de trem para Veneza por cerca de 17 euros, diferente do da Mariana que foi quase 40 euros. A diferenca e que para saber todos os trens que vao para Veneza e preciso paciencia na maquina da Trenitalia e ir simulando varias compras. A maquina, nao sei se por burrice de quem projetou ou esperteza para esconder os precos, so mostra os precos depois de muito "prossiga" . Entao ta, na luta da paciencia para economia eu ganho em disparada.

E encontrei esse ticket, so que ele parava em Bologna e eu teria que ficar esperando 2 horas. Me conformei e ia parar para almocar na cidade, conhecer um bom molho bolonhesa. E pronto. Estava preparada para as quase 6 horas de viagem.

So que ai... quando cheguei em Bologna vi gente correndo como se tivesse com pressa para conexao. E me dei conta de que havia um trem partindo para Veneza, mas como a conexao e muito rapida e nem todos conseguem fazer, eles deixam em aberto a proxima. Corri como desesperada, afinal chegar mais cedo em Veneza (eu ainda nao sabia o que me aguardava) e deu tempo de fazer tudo. Ate mesmo validar meu ticket. NUNCA ESQUECAM DE FAZER ISSO NA EUROPA OU CORRE O SERIO RISCO DE PAGAR MULTA.

Tudo bem... Cheguei em Veneza bem antes do prazo e pagando bem menos. E ai, comecou minha irritacao com minha honestidade.

Como meu hostel era em Giudecca eu precisaria me movimentar "via vaporeto". Contando todas as idas e vindas, preferi comprar um passe com 48 horas que me custou nada mais nada menos que 28 euros. Ja paguei "p.da vida", mas paguei. Estava irritada porque nao troquei de albergue quando ainda havia vaga no da Mariana. Na verdade, eu fiquei com receio porque em San Polo e barato pensei ser a maior roubada.

E depois me irritei porque poderia ter comprado um de 12 horas para ver o funcionamento e caso mudasse de albergue, nao teria problemas porque nao usaria mais. Enfim, fica ai a licao para quem for a Veneza. O bom de dicas de viagens e que para aparecer uma boa, e preciso que alguem faca besteiras. Estou ai pra isso mesmo!

E ai, eu percebi que ninguem paga o vaporeto. Uma mexicana teve a cara de pau de me dizer que aindava o dia todo com o mesmo ticket e foi nesse momento que minha honestidade me irritou muito! Mas tudo bem, ja estava com o ticket e por conta disso, andava de vaporeto " pra la e pra ca" como se fosse a coisa mais normal do mundo. E por sorte minha eu tinha o ticket porque fui parada pela fiscalizacao. Mostrei orgulhosa o meu passe 48 horas e me dei conta de que nada compensa mesmo (nem mesmo 28 euros) a tranquilidade.

A dica para evitar esse custo adicional e se hospedar mesmo em qualquer lugar, menos Guidecca. Porque mesmo por mais longe que esteja da Piazza Sao Marco ( o ponto de maior importancia para a maioria) e possivel ir caminhando. E ai sim, conhecendo Venenza.

Como ia embora de Veneza horas antes do termino da validacao do ticket pensei em da-lo a alguma mochileira brasileira, mas ficou complicado sair perguntando quem era brasileiro ou nao. E nao ia perder mais tempo com esse bendito Venice Card. Trouxe ele comigo como recordacao.

E ai, casa quando? Eu ainda em Veneza

O mais interessante em viajar sao as surpresas pelo meio do caminho, sejam os novos amigos ou simplesmente os possiveis novos rumos para a minha vida. E assim foi quando parei para comprar uma encomenda do meu irmao.

Entrei numa loja em Veneza, no meio do burburinho e como estava falando sozinha - pra variar - o dono da loja percebeu que eu era brasileira. Ele que morou anos no Brasil soltou: e ai, menina... casa quando?

Nao entendi nada. E respondi que nao ia casar, que estava viajando. Ele soltou uma gargalhada e me disse que tinha certeza de que seu ficasse na Italia casava rapidinho. Comecei a rir. Entao ele me contou que e apaixonado pelo Rio de Janeiro e que toda brasileira que vem para a Italia casa a hora que quiser. E ficamos nessa conversa, ri demais e ainda ganhei 10 euros de desconto na roupa que comprei.

De la, eu fui novamente ao Gueto porque queria comer uns doces hebraicos e no dia anterior nao estava com fome. E ai, foi que conheci as brasileiras (uma paraibana e a outra capixaba) do restaurante na praca do bairro Judeu. E elas me contavam sobre as maravilhas de casar com italianos. E ficaram tentando me convencer a ir para a Italia " pescar" um italiano. Segundo, elas... tudo muito facil.

Eu devo ter cara de quem quer casar, so pode! Mas foi divertidissimo constatar que era por isso que os homens sao tao gentis quando sabiam que eu era brasileira. E ai, contei pra elas a quantidade de convite para sair que tinha recebido desde Roma (eu recebi mais convite pra sair na Italia em 10 dias do que no Rio em 1 ano, serio mesmo!!!) e elas me disseram que e super normal isso porque as mulheres italianas nao querem casar e nem ter filhos.

Nessa hora eu dei uma risada tao alta que a capixaba sacou na hora e caiu na gargalhada tambem. Eu nao estou nem um pouco a fim de ter filhos...e no final a paraibana ainda nao se conformando me disse que quando eu quisesse casar, era pra ir pra Italia.

Entao ta. Emails anotados (elas nao acreditavam que eu nao tenho orkut, o meio que elas usam para manter contato com o Brasil, ja que no "resto do mundo" todos usam facebook).

Meninas casadouras....venham para a Italia!

Me apaixonando...mas pela MINHA Veneza

(teclado hungaro, nao esquecam)

Gostar ou nao de uma cidade pressupoe empatia instantanea. Como num relacionamento amoroso, que no caso do viajante depende do primeiro contato e do decorrer dos primeiros (e poucos) dias. E, me desculpem mais uma vez - acho que vou ser linchada pela minha prima e por algus amigos - mas Veneza tem duas caracteristicas marcantes: gente " saindo pelo ladrao" e cheiro de peixe!!!

Mas ai...........

Resolvi que ia procurar na cidade o que me agradasse. Afinal de contas, depois de saber que a quantidade de brasileiros que encontrei se devia a um cruzeiro de 2000 (isso mesmo, nao e acrescimo de zero nao. DOIS MIL - brasileiros) eu fui fazer o que me desse vontade e deixei meu guia pra la. E foi quando me apaixonei por Veneza...

A MINHA Veneza e a Veneza que segue nao por Sao Marcos, mas por outros bons lugares e fui parar num ponto distante do turistico, chamado Cannaregio. Fui conhecer o bairro Gueto, o primeiro gueto da historia e por isso deu nome a esse tipo de "confinamento". E impressionante caminhar por la, perceber como as casas ainda mantem ao mesmpo tempo o deslumbramento da historia e a tristeza e clausura do lugar.

Fiquei horas sentada numa praca que tem logo na entrada do gueto, pela ponte de ferro. Ha uma fonte de agua super gelada e boa para abastecer a garrafa ( sim, em Veneza nao compre agua). Fiquei lendo as homenagens aos judeus mortos no holocausto e vendo uma prece judia tipica. Ha nessa mesma praca um restaurante em que trabalham duas brasileiras.
Depois de caminhar bastante desde Cannaregio e San Polo ate a Piazza Sao Marco, eu defitivamente estava encantada com a Veneza de Marco Polo. Porque confesso, num dos meus acessos de raiva por tanto turista e cheiro de peixe... cheguei a dizer a mim mesma: agora entendo porque o Marco Polo ficou tantos anos na China com Kublai Khan...

E ai... eu decidi que em vez de viver Veneza eu iria ver Veneza. Peguei o vaporeto e fui a Giudecca, a ilha do outro lado do Grande Canal.

De la sim, se tem uma vista linda da cidade. Estava um ceu tao azul e uma temperatura tao amena que eu deitei as margens do canal para ler e acabei cochilando. Acordei com os risinhos nada abafados das alemas que me viam da janela do albergue (o albergue que fiquei hospedada fica em Guidecca e tem a melhor vista que se pode ter de Veneza. Meu quarto era para o Grande Canal. Tenho foto da vista pra mostrar. (E ja expliquei porque nao tem fotos no blog).

Da margem do outro lado do canal se tem uma visao nao so da cidade, como das cupulas, do ir e vir dos vaporetos, ouve-se as badaladas dos sinos que anunciam as horas inteiras, vejo os idosos caminhando totalmente absortos a quantidade de turistas.

Na minha primeira noite em Veneza -ainda desencantada com a cidade - eu e a Mariana (a amiga que fiz em Roma e que nos encontramos em Florenca e Veneza) compramos nosso "jantar" e as margens do Grande Canal comemos, rimos e conversamos sobre as impressoes da cidade. No dia seguinte ela seguiria para a Alemanha e eu continuaria mais uma noite em Veneza. E foi esse mais um dia na cidade que mudou completamente a minha primeira impressao.

A minha Veneza esta muito distante da Veneza disputada por multidoes na Piazza Sao Marco, das filas para a Basilica de Sao Marcos ( a unica gratuita, e a unica que eu visitei), das pessoas que caminham pelas ruas da cidade atras das lojas de grifes.

Sinceramente.... a Veneza natural, aquela que nao precisa de nada para ser linda e infinitamente mais encantadora.

8 de abril de 2009

Sim, e possivel nao gostar de Veneza

(ainda no teclado hungaro...entao...)

Me desculpem os apaixonados por Veneza, mas vou fazer valer meu direito a relatividade ( salve Einstein) e dizer que a cidade pode ser horrivel, dependendo do ponto de vista.

Cheguei a Veneza por volta das 12h. E ai, me deparei com uma visao daquelas dignas do inferno de Dante. Meu Deus, e gente demais para um mesmo lugar!!!!! Definitivamente, acho que muito em breve, a prefeitura da cidade (comune) vai ter que impor limites para a quantidade de turista. Imagina a saida do Maracana em dia de classico Fla x Vasco e entao podem ter a minima ideia de como e Veneza. E ainda me disseram: " piora no verao".

A Piazza Sao Marcos e pior que Copacabana no dia 31 de dezembro as 23h55. Mas ta, fui la fotografei a quantidade de gente e vou tentar mostrar hoje, quando finalmente eu acho que consigo encontrar uma lanhouse aqui em Budapeste - como estou do lado de Buda nao ha essas inovacoes tecnologicas, podem acreditar!

A verdade e que Veneza nao tem nada de extraordinario que nao haja em outras cidades. Ela e sim, sem duvida, uma cidade linda, e se "perder" em Veneza faz parte da magia da cidade. Talvez essa impressao tenha ocorrido porque me apaixonei pela Toscana, mas enfim... Vamos a Veneza.

Um mito que sinceramente caiu por terra pra mim: de que e preciso mapa para andar em Veneza ou voce vai se perder. Sinceramente? Eu que sou a pessoa mais desorientada que conheco (tanto que nao dirijo pelo bem da humanidade) nao me perdi em Veneza. Ha sinalizacoes por todo o quanto de onde fica a Piazza Sao Marco e Rialto. Com isso, e facil se "achar". Alem do mais, o charme esta em justamente se perder por la.

Agora um mito para acreditar: A CIDADE E CARA DEMAIS!!!!!!! E ai, os amigos que esperavam presentes...podem esquecer. Meu dinheiro definhou em Veneza. E nao foi porque gastei demais. Mas simplesmente porque cada ida ao banheiro custa 1,50 euro. Isso mesmo, e como se bebe agua demais num dia de caminhada... imagina o quanto eu gastei.

Ate que.... descobri o Burger King nas andancas e parei de pagar os 1,50, ja que a fast food americana nao impede ninguem de ir ao banheiro. Aqui, as lojas\restaurantes so deixam usar o banheiro (e sao poucas as que tem) se comprar. E vai comprar alguma coisa em Veneza....

Sm, e verdade. Ha casais por toda parte na cidade. Tantos que chega a parecer dia dos namorados. Mas tem o charme e a lua de mel... E ai tudo faz sentido.

Entao me desculpem os que amam a aurea da cidade. Mas pra mim Veneza e linda sim, mas a Veneza que eu fiz pra mim... Vamos a outro post

Indo para um caminho acabei em outro!

Decidi que nao iria a Pisa. Nao quero uma viagem corrida, daquelas turisticas em que se vai ao local so para tirar uma foto e escrever "estive aqui". Com isso, me dei mais um dia de caminhadas por Florenca. E na manha seguinte... acordei bem cedo e por causa do comentario do Kenji (um paulistano que conheci no albergue) acabei decidida a ir a San Giminiani - uma pequena cidade muito perto de Florenca.

La fui eu pra rua bem cedo tentar descobri de onde partiria o onibus pra la - mais baratos que o trem. No meio do caminho, senti um aperto enorme porque programei Siena desde o Brasil mas San Giminiani estava tao viva por causa dos comentario do Kenji que eu estava realmente dividida.

Comprei a passagem, e por ela eu pararia a alguns quilometros de Florenca numa cidade chamada Pongibosi. Parei la e esperei o onibus para San Giminiani. E ai....

Vi que passaria um onibus para Siena. Considerei isso um sinal, e subi no onibus com o mesmo ticket. Tinha pago e isso que era importante - a proposito 12 euros ida e volta. Segui para Siena bem cedo. E foi sinal mesmo. Adorei a cidade, a paisagem ate la e encantadora e como eu decidi desde o Brasil a ouvir musicas locais, sintonizei numa radio italiana e mesmo sem entender nada estava feliz da vida.

Em Siena comprei um mapa. Perdi 2 euros porque a cidade e tao linda que o perder-se e que tem graca e, como e bem sinalizada, eu encontrei facilmente os pontos indicados, ao mesmo tempo que fiz a minha Siena. No comeco do percurso a pe pela cidade conheci um senhor italiano muito simpatico que quando soube que eu era brasileira e carioca logo mudou o percurso dele e foi me mostrar um caminho otimo para conhecer a cidade. Simpatico mesmo ele. Falava da maravilha que deve ser ter verao o ano todo.

Guardei o mapa e caminhei. E caminhei muito, subindo e descendo ladeiras e procurando pontos altos para fotografar a paisagem da Toscana. E como nao sou de ferro, tomando sorvetes.
Parei num ponto importante da cidade, em que no mes de agosto ha uma grande corrida de cavalos. La, com uma fonte de agua super gelada, enchi minha garrada de agua e fiquei vendo como para os italianos e importante um dia de sol. Muita gente, entre italianos e turistas europeus deitados no meio da piazza sem blusas (ou com elas dobradas) tomando sol. Entendi o motivo da inveja do senhor italiano que falava sobre o Rio de Janeiro.

Sentei e descansei. Era cendo ainda, por volta das 15 horas. E ai, indo para o ponto de onibus... me deu vontade de fazer o percurso pelo qual comprei o ticket. Voltei a Pogibonsi e segui para San Giminiano. E como valeu a pena!

A cidade e encantadora. So de considerar que ha uma "porta" medieval para a entrada da cidade e algo fantastico. Rodeada pelo que antes era uma fortaleza, a cidade se mantem como ha seculos. Tudo nela respira Idade Media. As antigas casas deram origem ao que hoje e o comercio local. Claro que com o passar do tempo, a cidade cresceu para fora dos muros, mas nao e possivel ver da chegada. Mas depois de uma subida para o ponto mais alto, e facil perceber que ela se estende nas propriedades rurais que dominam a paisagem. Vim numa epoca linda para se admirar a paisagem. E definitivamente... a Toscana deve ser a melhor regiao da Italia, assim como apontam tudo que ja li a respeito do pais.

Voltando para Florenca, estava com a alma lavada porque gracas ao "sinal" consegui fazer as duas cidades que queria num dia. E sem correr. O tempo deu certinho com as saidas e chegadas dos onibus.

Voltei para Florenca morta de cansaco, mas extremamente satisfeita com meu dia. E tudo muito barato. Com a ida e a volta consegui fazer as duas cidades. E nao foi calote porque estava no trecho de ida e volta. Ou seja, uma boa dica para quem quiser um dia ver de perto a maravilha que e a Toscana de Siena e a Idade Media de San Giminiano.

E como estava andando muito, claro que comi. Em San Giminiani comi um panini com presunto e queijo da Toscana. E de sobremesa, me dei um Panforte - parece um bolo de chocolate com torrone e frutas. Uma delicia. Tenho fotos...Mas como ja contei, e complicado baixar as fotos para o blog porque a internet e leeeeeeeenta.

Em Florenca, desaconselho mapas!

(estou agora em um teclado hungaro que ate pra apagar eu tenho problemas, entao desconsiderem tudo por favor. rs)

Caminhar por Florenca nao tem preco. Simplesmente abri mao de comprar um mapa e me perdi por la. Uma economia que vale a pena, nao pelos poucos euros, mas porque se perdendo por la e que se encontra a cara da cidade. E foi assim que cheguei a Ponte Vecchia bem antes do que eu imaginava que fosse capaz. A sensacao de estar la e de paz total, mesmo que alguns florentinos quando percebem meu guia de viagem em portugues parem para puxar conversa. Ate isso tem a cara da Toscana...E, de verdade, eu acabava achando graca da cara de pau.

Na ponte funciona um grande mercado e la e possivel comprar lembrancinhas da cidade a um preco mais baixo (se e possivel falar nisso em Florenca) do que na outras partes da cidade. Alem do mais, a noite acabei indo parar la de novo na andanca noturna com a Mariana - uma amiga argentina que conheci em Roma e que tambem veio para Florenca.

Da ponte, ainda de dia, resolvi que visitaria a Piazzale Michelangelo porque, embora os proprios cidadaos poucos dessem importancia para ele (inclusive o mapa que eu ganhei por acaso), meu guia dizia ser um lugar prazeroso. Tirei muitas fotos da subida e da vista do Monte. Das margens do (rio) Fiume Arno ate la em cima sao uns 40 minutos sem parar.

Qual nao e a minha surpresa depois de subir e subir e subir que de prazeroso, esse se tornou o meu melhor momento em Florenca. Fiquei horas la em cima admirando a cor ocre da cidade. E possivel ver toda a antiga Florenca. Alem da vista, ha uma pequena igreja que estava tendo um casamento. Nao deu tempo de tirar a foto da noiva. Eu acho particularmente vestido de noiva algo meio esquisito, mas esse ganhava disparado!!!

Sem pagar nada, da Piazzale Michelangelo se pode ainda tomar bons sorvetes (vou depois enumerar os que tomei mais com calma) e comer a precos nada desagradaveis - nao considere isso como se fosse algo barato porque la definitivamente nao tem. Por dia e possivel gastar em media 50 Euros em Florenca, considerando a hospedagem.

Eu por exemplo, resolvi me presentear e comi um bom almoco toscano a 12 Euros. Claro que pra isso eu rodei a cidade inteira!!! Mas encontrei. Uma entrada da tipica Rubolita - uma sopa com legumes e carne otima) e uma carne num prato daqueles decoradinhos que demoram mais pra enfeitar do que para comer. E vem a agua junto! Mas que pode ser um vinho.

Nessa, sentada sozinha a mesa, o garcon como todo bom italiano puxou papo. Simpatico, mas com tanta mesa pra ele atender nossa conversa sobre o que eu comeria durou pouco. No entanto, acabei conhecendo uma garota de Taiwan que estava com o irmao (esse nao ouvi nem a voz porque nao falava ingles) e conversamos bastante. Tentamos ate marcar um encontro em Veneza porque ela tambem iria pra la, mas ficou complicado porque nenhuma de nos tinha o mapa da cidade na hora. Em todo caso, foi hilaria a supresa dela com o fato de eu viajar sozinha. Mas ai falei da Mariana... que e outro post.

7 de abril de 2009

Entre o terremoto e o choro da minha mae... rumo a Hungria

Gente, muita coisa pra contar. Fiquei sumida da internet e tenho boa desculpa... Veneza e a cidade MAIS CARA DO MUNDO. E na Toscana tinha tanta coisa pra ver que minhas 24 horas nao foram suficientes. Entao, prometo que agora volto a colocar novidades e dicas de tudo que vi, comi, bebi, economizei e, principalmente, gastei. Estou nesse momento indo para Budapeste. 15 minutos na internet 2 Euros... entao entrei mesmo para mandar noticias pra casa porque minha mae estava aos prantos... Teimosa como e, nao acreditava que eu nao estivesse mais em Roma. E ainda quando liguei pra casa me disse: "mas vc e meio maluca, vive trocando as coisas, uma hora ta num canto... sei la". Entao, embora tendo chorado como se tivesse me velando... ca estou eu rumo a Hungria.
Sobre a Italia muita coisa pra contar. Volto em algumas horas.
Beijos em todos

2 de abril de 2009

Pagar mais as vezes vale a pena!

Hoje assim que cheguei em Florenca fui fazer o reconhecimento da area ( tem hora que quero usar aspas mas o teclado.....impede muita coisa). E tambem para reservar alguma atividade para amanha.

Caminhei mas fotografei pouco porque a pilha da camera acabou e tinha que achar um adaptador para a tomada. Em todo caso, estava faminta e me dei um sanduiche (de nome chique) com presunto de Parma. Pela primeira vez, acho que como um presunto realmente de Parma. Por 2,50 Euros...delicioso e muito barato. Claro que comi andando. Primeiro porque nao queria ficar parada num balcao ( mesmo que lindo) num dia de ceu azul como o de hoje. E segundo porque sentar e pagar mais caro ( o valor pode ter um aumento significativo dependendo do que se vai comprar) so se justifica se eu estiver muito cansada ou se houver uma vista muito bonita, o que nao era o caso.

Decidi que vou a Galeria Uffizi amanha. Mas tanto blogs quanto o meu guia informam sobre as filas dantescas - aproveitar o adjetivo ja que estou em Florenca - que eu optei por comprar antecipado e pagar alguns euros a mais por isso. Algo em torno de 3,50 Euros. Nada demais se for para eu evitar filas que podem chegar a 2 ou 3 horas.

O percurso foi otimo e fiz questao de parar de olhar o mapa na volta e de seguir por onde a intuicao mandava. Como sou pessima de direcao acabei indo na direcao oposta do hostel, mas ate achei bom. Nesse caminho fui parar numa area de lojas de grife e me divertir - do meu jeito debochado - em ficar olhando o preco nas vitrines e perceber que um tabuleiro de xadrez pode custar 7.500 euros. (isso mesmo, sete mil e quinhentos euros). Alem de meias por 145 euros, blusas de 1.345 euros. Pensei no Zilvam porque por pouco nao entrei na loja da Bulgari para ver o perfume que ele me pediu. Mas meu bom senso me disse pra ficar do lado de fora e la fiquei. Mas fotografei pra ter registro.

Trem de Roma pra Florenca por 16 Euros

Acordei cedo para ter tempo de mexer e remexer na maquina da Trenitalia, na Estacao Termini. Mas quando cheguei me dei conta que poderia ter alguma tarifa mais barata e nao aparecer.
Santa intuicao.

La fui eu pra fila. O atendente muito simpatico e rindo da minha tentativa de parlar italiano - mas ao menos tentei - comecou a escrever pra mim as tarifas. E ai a sorte sorriu pra mim - como ela faz na maioria das vezes mesmo quando parece azar - e tinha uma passagem para as 9h05 por 16 Euros. E uma argentina que vem pra ca amanha comprou pelo site e pagou 36 Euros. Quando eu contar pra ela vai ficar muito p.da vida. Ela vem pra Florenca amanha e vai ficar aqui no mesmo albergue que eu. Archi Rossi.

Foi uma viagem otima. Passa por varias pequenas cidades italianas, inclusive Arrezo, e numa velocidade agradavel em que nao se enjooa ao olhar para a paisagem. Ouvindo musica, comendo uma especie de mirabel miniatura gostoso demais eu vim escrevendo no meu diario, imaginando a vida por dentro das janelas das casas numa area bem rural da italiana, diferente do que vi em Roma.

Claro que nao dei calote. Fazer isso por 16 Euros chega a ser idiotice, mas aqueles que arriscam e totalmente possivel, embora eu ache um risco desnecessario viajar com medo. Em todo caso, no trem que eu estava a fiscalizacao passou. E eu prontamente e feliz da vida entreguei meu ticket validado.

Esse e o detalhe: nao basta comprar. E preciso validar antes de entrar no vagao numa das maquinas da estacao. So comprar nao exime de pagar a multa porque nao validado, o ticket vale por semanas.

Com a descoberta desse ticket meu orcamento ficou mais folgado e amanha vou descontar nas calorias. Ja engordei desde que viajei, um milagre porque costumo emagrecer nas viagens - excecao para quando fui aos EUA. Amanha paninis, sorvetes e pizza.

Archi Rossi - a Sarah iria gostar!

Tai um albergue que vou fotografar em todos os angulos. Archi Rossi- Florenca. Ja estou em Florenca e o albergue e quase um hotel 5 estrelas. E eu acho que nem e dos melhores, ja que a indicacao para o de Praga e das melhores. Estou num quarto misto, mas das seis camas, somos cinco mulheres e eu a unica nao alema. Esse a Sarah - uma amiga que detesta albergue mais nunca ficou em nenhum - nao ia colocar defeito. Ela so viajaria comigo se fosse num 5 estrelas. Entao, encontrei o que ela quer!!!!

Armarios com chave, banheiro super limpo e computador com internet no quarto- DE GRACA. Por isso, vou tentar postar as fotos ainda hoje. E so ir a recepcao, pegar uma senha e usar. Mas ha outros computadores espalhados pelo hostel, todos liberados. Ha agua gelada, quente e ambiente para beber numa cozinha toda moderninha, lavanderia por 3 Euros - onde vou mais tarde porque nao tive coragem de usar a roupa da noite pulguenta, pizza ou massa DE GRACA das 18h as 20h. Nao posso querer mais nada, pagando uma diaria de 23 Euros. E o cafe da manha tambem e DE GRACA.

Sinceramente, eu indico esse albergue para quem vier a Florenca. E indico para quem nao fica em albergue ou nunca tenha ficado. E um otimo comeco.

O prejuizo dos bed bugs - 4 Euros

Ganhei um descontaco na diaria de Roma para um periodo em que a cidade comeca a ferver e as diarias mesmo de albergues ficam salgadas. Nos 4 primeiros dias paguei 10, 90 e na ultima que me veio de lambuja por 12,90 porque ficaram com pena de me deixar sair de la com pessima impressao do hostel ja que era impossivel nao ver as picadas no meu braco.

So que nao contava com um detalhe: as picadas dos bed bugs estao cocando demais e sao muitas. Entao, antes de embarcar para Florenca hoje pela manha passei numa farmacia...
4 Euros e ainda tive que ouvir o farmaceutico dizer que era mosquito. Falei que era do Brasil e que conhecia bem um mosquito. Ele riu. E ainda bem me venderam o remedio porque sem receita nao se compra quase nada na Europa.

Uma pomada de consistencia bem diferente das que estamos acostumandos mas espero que resolva...porque alem de incomodar nao posso colocar blusa sem casaco. Ainda bem que ta frio, ao menos pra mim.

Tai, quatro euros mal aplicados... Dava pra tomar dois cones com seis sabores!!!!

Quando a coragem de 2 brasileiras empolgaram as 3 suicas

Pois e... os bed bugs acabaram me servindo pra alguma coisa. E a perda dos oculos tambem. Afinal, foi assim que conheci bastante gente no albergue. E por causa dos oculos, o brasileiro do escritorio do albergue cavucou ate conseguir uma vaga pra mim para mais uma noite. E olha que tava com overbook. Uma pena que alguem tenha ficado sem vaga la, mas eu procurei em outros lugares e estava tudo caro demais. E pra melhorar... ele so me cobrou 12,90 euros. Muito em conta e feliz da vida, la fui eu para mais um dia inteiro perambulando em Roma. Andei sem me preocupar com fotos, voltei a alguns lugares, como o bairro Judeu que eu adorei, fiquei sentada escrevendo no meu diario numa ponte linda do Rio Tervere e de tarde fui encontrar a Fabiula, brasileira de Uberada - a mesma do calotaco que rendeu 50 euros de multa a ela.

E seguimos para a Via Antica. Gente, o lugar e longe mas vale muita a pena. Entao, Julia - que vai viajar em breve pra ca - reserva uma tarde e vai. Mas se prepara. Depois de descer do onibus e preciso caminhar uns 3 km. E isso tudo na Via Antica - a primeira via pavimentada da historia e que no avanco parou por ai. Nao tem acostamento nem caminho pra pedestre. Nessa, so Deus ajudando mesmo. Mas fui. Vim pra Roma com esse passeio na cabeca por causa do programa Cidades Ocultas da History Channel. Vi o dia em que o apresentador percorre a tumba e fiquei encantada. Ja tava la, meu lado Indiana Jones falou mais alto e nao ia desistir.

O fato do carro quase encostar quando passa e so um mero detalhe. Mesmo porque eu comecei a rir de umas suicas que so toparam ir porque nos ( eu e a Fabiula) iamos a frente. Entao, ver o carro quase encostar e ter o muro como extensao do meu braco foi sobremesa.

Fui na catacumba / Igreja de Sao Sebastiao coincidentemente padroeiro do Rio. O passeio so pode ser guiado - em ingles - e custa 6 Euros. Vale ate mais do que isso. Dinheiro bem aplicado. E proibido tirar foto. Entao tentei com o celular e quase o perdi no subterraneo romano. Depois do susto, guardei e deixei de tentar infringir as normas.

Vou conseguir colocar as fotos daqui a pouco. Estou em Florenca e o albergue e MARAVILHOSO..... e tem internet no quarto!!!!!

Adeus Roma. Vim.Vi. Venci. Orcamento dentro do previsto. Vou fazer as contas hoje e posto para os amigos que acham que e impossivel viajar sem tanta grana.