29 de julho de 2009

O Vale Nevado e as 40 curvas!!!

Lendo os relatos da Lúcia (que publico aqui sempre que ela me envia) uma coisa é certa: sabe Deus como, mas vou bater perna pelos hermanos latinos (e quando começar a fuçar tudo para transformar a viagem em conta, vou colocando aqui).
Nesse relato a Lúcia fala sobre neve e principalmente dá dicas de como não ser engabelada por guias!!!
Vale conferir...

"Hola (já familiarizada com o cumprimento espanol). Hoje foi meu DIA NA NEVE. Junto com minhas colegas brasileiras - Sayonara e sua filha Mariana e as amigas também estudantes Flávia e Larissa, saiamos do HOSTAL (aqui é Hostal - espécies de pousadas que não possuem áreas comuns, como banheiros, salas de TV. HOSTEL - para eles possuem áreas comuns e são os albergues) bem cedo perto de 7h30 com em uma van, com motorista e um guia, Dario (jovem que sua experiência com português foram três meses morando em Santana do Livramento) paramos num Hostel e surpresa: mais três brasileiros, jovens de 26 anos, Henrique, médico, Marcelo, advogado e Felipe, administrador de empresas.

Seguimos então rumo às estações de esqui. O caminho é montanhoso (claro) e cheio de curvas. São 40 curvas - numeradas e nomeadas. Todas têm nomes de pessoas importantes para o Chile. Pablo Neruda é uma das primeiras e Gabriela Mistral já no final do caminho. Os chilenos têm muito orgulho dos seus dois Prêmios Nobel.

Aqui um pequeno detalhe (importante) normalmente os guias e os motoristas têm combinações com as lojas de aluguel de equipamento e no caminho sempre param em uma e dizem ser obrigado alugar botas e roupas especiais. Eles ganham uma comissão e nós (incauto) pagamos sem necessidade por algo desnecessário. Estava com uma boa bota mas me convenceram que seria necessário alugar outra. Paguei 5 mil pesos por uma que não sei quantas mil pessoas já calçaram. Totalmente desnecessária. FIQUEM ATENTOS. Se você não vai esquiar, não vai praticar nenhum esporte NAO É NECESSÁRIO ALUGAR NADA.

Fomos direto em direção à estação de Vale Nevado, que até 1994 era mantida por franceses (foi construída pelos franceses, assim como outro estação chamada La Parva) Hoje todas as estações são de uma empresa privada que paga impostos ao governo do Chile. O lugar è simplesmente fantástico e incrivelmente cheio de brasileiros. Ok, brasileiro é fascinado por neve. Definitivamente.

Minha primeira impressão, além da beleza, foi um pouco angustiante. Confesso que achei fascinante, mas extremamente solitário. No sentido de que aquela vastidão de branco deixa-nos um tanto perdidos. Foi a sensação que tive. Dupla: prazerosa, mas também me lembrou a solidão. Não aquele que sentimos felizes, porque precisamos ficar sós. Mas aquela que sufoca. É fascinante. É maravilhoso. Mas aqueles que nunca viram neve podem pegar gelo seco (das geladeiras que têm degelo seco) é igual. NAO ESTOU DIMINUINDO A BELEZA, talvez relativizando um pouco.

Em Vale Nevado tudo é caro. Uma cerveja (pedida pelos jovens brasileiros custa 2.500 pesos). Uma garrafa longneck, algo correspondente a R$ 10. Um capuccino de máquina, 1.800 pesos. Sanduíches saem com o preço de uma refeição na cidade - cerca de 5 mil pesos. Aluguel de equipamento de snowbording a U$ 12, só o esqui, mais U$ 12. Se quiser a roupa completa. Esquiar na alta temporada, 33 mil pesos, e vai por ai.

Em Farellones, a primeira estação de esqui construída pelos chilenos em 1949, tem o trinero - conhecido pelos brasileiros como skybunda, custa 6 mil pesos por pessoa, uma hora deslizando naquelas bóias (?) de plástico. Não fui, afinal pela cota de tombos, foi cumprida no primeiro dia.

Em El Colorado, o que mais chamou a atenção foram as casas e os prédios. Muita madeira e os prédios são construídos em concreto e revestidos por madeira. Fantástico.

Na volta, pegamos novo grupo de brasileiros que haviam ficado em El Colorado três dias esquiando. Jovens do Rio e Fortaleza que estão viajando pela América Latina. Passaram pela Bolívia, Peru e terminam a viajem em Santiago. Estilo aventureiros. A propósito a excursão às três estações de esqui custa 13 mil pesos por pessoa.Vale a pena. Não acredito que seja possível conhecer estes lugares sem guia. Para dirigir a viagem é arriscada e muito perigosa. Portanto, se vierem, peguem uma excursão. E mais garantido.

Amanhã, sigo para Valparaiso e Vina Del Mar.
Até"

28 de julho de 2009

Si no le gusta la pelota - melhor procurar brasileiros!

Sim, se você é brasileiro, não fala espanhol e quer se aproximar dos hermanos latinos, melhor saber coisas básicas do nosso futebol!!! Nem precisa saber sobre as regras do impedimento, mas os nomes dos jogadores mais famosos e sobre como anda a Libertadores da América é quase sagrado!

Sigam a Lúcia (que sabe sobre futebol tanto quanto sabe sobre física nuclear!)

"Amanheci sem dor e sem inchaço no joelho. Glória ao Pai e obrigada aqueles que torceram por mim. Mônica me lembrou a necessidade de escrever sobre os preços. Pois bem, aqui estão os de ontem. Entrada do Cerro San Cristobal (2,500 pesos), banheiro publico (150 pesos), entrada em La Chascona (5 mil pesos = 20 reais), banheiro publico no Pátio Belo Vista - um lugar novo no Bairro Bela Vista com varias lojas de artesanato, cafés e restaurantes, muito legal para conhecer (300 pesos).

Na manhã desta segunda, 27, meu terceiro dia em Santiago, tomei café da manhã com um grupo de brasileiras. Uma odontóloga com sua filha estudante de Medicina e duas amigas também estudantes. São de Recife, mas a senhora é de mais perto, Leopoldina. Começaram as férias na Argentina, viajam o Chile e terminam em Leopoldina, of course!!! Convidaram-me para conhecer a vinícola Concha y Toro, agradeci, mas aceitei ir com elas amanhã ao Vale Nevado.

Saí do hostel com destino ao centro da cidade, agarrada a minha bolsa, já que as informações são para muito cuidado no centro. Com indicações do hostel cheguei à Loja Paris e após muita dificuldade de entendimento consegui comprar uma câmera Sony que aproveitasse minha memória e minha bateria. Fabian, o vendedor não me entendia e nem eu a ele, aliás, se "no le gusta la pelota" você não tem condições de se comunicar. Morre qualquer tentativa de te entenderem. É o meu caso. Não gosto de futebol, nem entendo. Te olham como se você fosse um lunático e não tentam te entender mais.

Agarrada à bolsa e à nova câmera segui para o Palacio de La Moneda. Quando cheguei percebi que minhas memórias me traíram. Para mim ele sempre me pareceu mais grandioso. Não que não o seja, mas tive que perguntar a uns jovens: Donde estoy? E eles responderam: La Moneda. Em minhas lembranças ele parecia muito maior. Mas independente delas, eu estava no La Moneda. E comecei a fotografar e me fotografaram ao lado dos carabineiros. Aliás, se tivesse chegado duas horas antes teria visto a troca da guarda ao som de Gracias a La Vida. Agora só na quarta-feira, 29. Vou tentar voltar.

Mas a maior supresa foi conhecer o Centro Cultural de La Moneda no subsolo do Palácio. De segunda a quinta visitas grátis, nos outros dias 600 pesos. Foi um tapa de cultural. Como nós conhecemos tão pouco as histórias dos outros paises que nos rodeiam. O lugar é simplesmente fascinante. Três andares de pura cultura.

Mas a minha surpresa foi mesmo o Espaço Violeta Parra. Só conhecia a Violeta autora de canções históricas para uma geração inteira: Gracias a La Vida e Volver a los 17, especialmente. Mas Violeta e muito mais que sua musica. Pintora, bordeira, ceramista, enfim uma artista de muitas faces. Seu trabalho é maravilhoso. O espaço tem peças belíssimas dela. Fiquei encantada.

A manhã no Centro Cultural me colocou em contato com história do povo Rapa Nui (da ilha de Páscoa). Uma civilização fantástica. As exposições demonstram um aspecto reverencial que os chilenos têm pela cultura. As salas são a meia luz, explicações em painéis gigantes e várias peças em exposição - embarcações, objetos de uso pessoal, armas, cerâmicas. Tvs em tela plana contam a história e uma sala tem uma voz que reproduz a língua. Fantástico.


O centro tem também sofisticadas lojas de artesanato (agora sim artesanato chileno) mas muito caros!!! Tem cafeterias, livraria e banheiros gratuitos. Ufa. Vale um dia de visita. Passei parte do dia lá e saí para visitar as ruas do centro. E fui aos dois mais conhecidos Magazines chilenos Falabela (ótimas promoções de inverno) e Ridley (onde comprei as famosas cortinas de banheiro de pano). A vendedora ficou espantada quando disse que não existiam no Brasil.

Ah, no almoço, quase de tarde (McDonald´s) conheci três paulistas que viajam economizando hospedagem e jantando nos lugares mais famosos. Estavam vindo de Cuba. Com eles fiquei sabendo que o hotel deles (Monte Verde) é mais barato que o meu hostel. Quarto simples no hotel (18 mil pesos, no hostel, 19 mil 900 pesos).
Fica a dica.
Até!

26 de julho de 2009

Quando se "esborrachar" é só um detalhe!

Hoje recebi uma ligação com identificação 000. Na hora pensei, ligação internacional via "lan house". Em vez de um oi, ouvi: Mônica, eu caí!!! (era a Lúcia!!!)
Dica barata de viagem: nada de ligações a cobrar para o Brasil. Vale a pena (e muito) usar as "lan houses". Todas que já entrei tinham skipe. Ou terminais de telefonia. Já em NY, vale a pena os cartões Brasil. Uns dois dólares e pode falar até uns 120 minutos!!!!

Segue abaixo a andança da Lúcia Schmidt por Santiago!

"Meu primeiro dia em Santiago amanheceu ensolarado o que para uma turista de primeira viagem a princípio foi um pouco desastroso. Sol não significa calor por aqui. Mas tinha um casaco que resolveu mais ou menos a situação.
Saí do hostel (aliás, muito bom para quem quiser vir pra Santiago - Hostal Rio Amazonas na Avenida Vicuna Mackena - dizem que o outro que eles têm no bairro Brasil não é bom) muito animada em direção ao acesso ao Cerro San Cristobal. Andei pelas ruas da cidade praticamente vazias na manhã deste domingo, 26, até o funicular que dá acesso ao Cerro.
Subi e admirei Santiago do alto. Fotografei, pedi que me fotografassem com a cordilheira aos fundos e no final tomei o Mote con Huesillo - pêssego desidratado com calda e pedacinhos de trigo. Bebe-se e come-se o pêssego e o trigo. Um tanto doce, mas muito diferente para nós brasileiros. Os chilenos frequentam o Cerro após caminhadas e pedaladas. Há muitos ciclistas no local pela manhã. Já perto do meio dia o lugar é tomado por turistas - incrível como tem turistas de todos os países da América Latina - Equador, Peru, e Argentina (poucos brasileiros eu vi até agora). Há filas para o funicular. Por isso, o ideal é chegar cedo mesmo.

Saí do passeio pelo Cerro animada e revigorada para conhecer La Chascona - a casa que Neruda construiu em 1953 para sua última mulher Matilde Uruttia. Mas, ao sair do parque não vi um degrau e me estabaquei no chão literalmente - caí ajoelhada. Um joelho só. Um estrago relativamente pequeno se eu fosse jovem e magra. Custei um pouco a levantar, mas sempre há almas caridosas em todos os lugares do mundo. Duas pessoas me ajudaram a levantar. Sentei-me no degrau, recuperei o fôlego, descansei, mas, perdi minha máquina digital - não perdi as fotos que tirei no Cerro. E isso no primeiro dia. Sensação horrível, mas como ia pra casa do Neruda comprei de um camelo uma Kodak descartável. Vou voltar a era da revelação e depois revelar as fotos da Chascona.

Aliás, se vierem a Santiago conheçam a La Chascona. Neruda construiu em 53 para Matilde, na época sua amante. Por isso, escolheu um bairro afastado Bela Vista - hoje point. Mudou-se pra casa em 55, já com a relação oficializada e construiu outros espaços. Segundo o guia, projeto do próprio Neruda. Eu, particularmente, considero o Neruda arquiteto, um grande POETA. A casa é louca. Vários espaços externos com diferentes formatos. A parte antiga parecia esconder o próprio relacionamento - pé direito baixo, janelas para área interna - claustrofóbica. A parte construída após a oficialização da relação são módulos em diferentes platos do terreno. Nada prática, mas afinal, ele era um poeta. Pode ser que alguns gostem. Da arquitetura eu não gostei, mas do astral dos cômodos isso é outra conversa.

Interessante - quando do golpe a casa foi invadida pelos homens de Pinochet que rasgaram os livros, jogaram fora os objetos pessoais dele e deixaram os córregos do jardim interno fechados - a casa foi totalmente alagada com lama. Quando Neruda morreu, Matilde quis que o corpo fosse velado na casa. Uma forma de mostrar para o mundo o que fizeram com a casa do poeta Premio Nobel.

Amanhã tem mais, com uma nova câmera"

24 de julho de 2009

3 dias de sombra e água fresca por cerca de R$ 200

Como a proposta é trocar idéias de viagens baratas, Arraial do Cabo é quase sagrada! Praias maravilhosas, pôr do sol digno de palmas, areia branquinha e tranquilidade - a duas horas e meia do Rio. E isso sem gastar muito. Como Arraial está perto de Cabo Frio, pode ser também uma alternativa para o tumulto da Praia do Forte ou um ótimo "bate e volta".

Costumo relaxar por lá gastando muito pouco. Como? Vai fazendo as contas...
- A empresa 1001 faz o trajeto e tem muitos horários disponíveis. A ida e a volta custam em média uns R$ 50. (e isso pode ser pago com Riocard, para aqueles que moram no Rio). Depois que chegar à rodoviária da cidade, tudo pode ser feito a pé.

- Chegando em Arraial, é fácil arrumar hospedagem. Há pequenas e simples pousadas. Minha dica: Marina dos Anjos - uma pousadinha também albergue. Se tem carteirinha paga menos. O café da manhã é farto e os quartos com ar condicionado. A área comum com livros, guias, filmes. Sem contar a área de fora com uma tenda cheia de almofadas, esteiras e o violão, para quem quiser arriscar uns acordes. De noite, todas as vezes que passei por lá...luais ótimos. As diárias variam conforme a temporada, mas em média R$ 35 o quarto coletivo. Mas há quarto de casal e também espaço para camping.

- Se tiver uma grana extra, vale a pena um passeio de barco. Bebida liberada, passeio pela Gruta Azul, além da Ilha do Farol - presença só permitida por tempo determinado porque é reserva da Marinha. Dependendo da temporada, o preço pode variar muito. Mas uma média de R$ 40. Tive sorte. Quando fiz o passeio pude ver várias tartarugas marinhas.

- Se quiser, há várias empresas que fazem batismo de mergulho. Mas pechinchar é essencial porque há grandes diferenças de uma empresa para outra. Mas é bom se preparar para ficar o dia todo a bordo de um barco porque são muitos "iniciantes" por dia. Até hoje não me aventurei (menos pela grana e mais pelo enjoo de ficar o dia inteiro por conta de um mergulho).

- Ao entardecer, "pernas pra que te quero" ou uma boa carona até o Pontal do Atalaia para ver o pôr do sol. Lindo mesmo. Me desculpe o Arpoador (que também é lindo) mas o de Arraial é insuperável.

- Se quiser descansar, melhor optar pelas praias mais afastadas, como a Prainhas (no plural mesmo) e a Praia do Forno. As que ficam na entrada da cidade além de mais caras, são cheias de turistas (Prainha, Praia dos Anjos...).

- Dependendo da noite que estiver lá, tem uma feirinha de produtos locais na praça da cidade. Na mesma região, pizzarias, sorveterias e um clima de cidade do interior (isso se não for Carnaval).

- E se quiser se aventurar pela noite mais agitada de Cabo Frio, ônibus urbano que deixa tanto próximo à Praia do Forte quanto do outro lado de Cabo Frio, mais próximo da lagoa.

Somando, é possível uma viagem incrível de 3 dias (sexta a domingo) por cerca de R$ 200!!!!
Hospedagem 2 noites: R$ 70
Passagem ida e volta: R$ 50
Comidas, passeio e afins: depende de cada um, mas não fica tão caro!

19 de julho de 2009

Luz...que lá vai ela!

É. A hora da Lúcia Schmidt se aventurar sozinha pela primeira vez tá chegando. Conheço o frio na barriga maravilhoso que ela deve sentir. Sinceramente...esse é o frio na barriga que eu gostaria de sentir constantemente! Dia 25 (ou melhor, amanhã!!!) é o embarque da Lúcia para o Chile. E daqui fico seguríssima de que ela se vira tranquilamente bem por lá!

Como consegui convencê-la a se aventurar em hostels, sei que boas e baratas dicas aparecerão por aqui.