19 de fevereiro de 2009

O prazer barato de ser turista na própria cidade! (parte 1)

Essa é para a Letícia e outros tantos cariocas ou viajantes independentes com pouco dinheiro...O Rio de Janeiro tem coisas boas e baratas – quando não, gratuitas!
Conversando com uma amiga descobri que tem gente no Rio de Janeiro que precisa descobrir o prazer de ser “turista” na própria cidade. Nascida, criada e moradora da cidade (uma verdadeira carioca da gema), o Rio das novelas é tão distante para a Letícia quanto para qualquer pobre mortal dos cantões do Brasil. Então, alguns programas bem cariocas e acessíveis. Começamos pelo Centro.


Centro do Rio – entre cultura e caminhada

Há três grandes centros culturais no Rio. Nesses espaços é possível acesso gratuito a exposições, mostras de filmes e teatros. Eu, particularmente, prefiro Oi Futuro, o Centro Cultural da Oi, na Rua 2 de Dezembro, no Largo do Machado. Acho que as exposições fogem ao padrão “quadradinho” de arte. Além de ter um espaço convidativo e acesso gratuito a internet, há uma exposição permanente sobre as Telecomunicações. Pode parecer chato pelo nome, mas é interativa, divertida e uma viagem ao passado e ao futuro próximo.
O mais tradicional é o Centro Cultural do Banco do Brasil, na avenida 1º de Março. É o maior dos três. Nessa mesma avenida fica o Paço Imperial, onde Dom João VI e a família real desembarcaram em 1808. Do CCBB você pode caminhar até o Paço. Lá tem uma livraria/cafeteria que é uma graça, um cinema alternativo e barato e umas lojinhas. O melhor é fazer esses passeios de manhã ou de tarde já que o Centro costuma ficar deserto a noite e aos domingos.

Na Avenida Rio Branco, paralela à 1º de Março, há o Centro Cultural da Caixa Econômica. Esse eu confesso que não me apetece muito. Meio burocrático. Fica na altura da estação de metrô da Carioca. Mas é bem amplo e costuma ter filmes interessantes de graça.

Bondinho
Ainda pelo Centro, eu indicaria uma visita ao Bondinho de Santa Tereza. É a cara do Rio e uma maneira de sentir o deslumbramento de um turista quando passa sobre os Arcos da Lapa. É um passeio ótimo e em conta. Custa R$ 0,60. O Bondinho não é apenas atração turística, mas é meio de transporte para os moradores de Santa Tereza que preferem ou precisam gastar menos dinheiro. É um passeio com a cara do Rio por alguns motivos.
Primeiro porque para chegar até a estação se caminha por lugares que contam a história da Cidade como o Largo da Carioca. A melhor estação de metrô para chegar é a da Carioca. De lá para a estação do Bondinho são cerca de 5 minutos andando. Além disso, o horário é bem flexível (das 8h às 21H). Um horário legal é você quem determina porque depende do que vai querer fazer lá. Pode ir e voltar no trenzinho sem que para isso seja necessário descer. É uma “viagem” para apreciar o bairro e ter um choque de realidade com as contradições sociais, já que há a vista de muitas favelas Se optar por desembarcar do bondinho e caminhar pelo bairro, há muitas casas que vendem artesanato, além de uns bares, botequins e pequenos restaurantes que são a cara do Rio. Só não desça para caminhar para dentro do bairro à noite. Desça num dos largos principais. E divirta-se!!!!
Não se espante se no meio do caminho do bondinho algumas pessoas subirem nele e irem em pé segurando nos ferros. São os que não pagam para subir. Uma tradição do Bondinho e sinceramente, nunca presenciei algum problema nisso. Mas como prevenir não custa: se sentar na beirada deixe a bolsa sempre para o lado de dentro.




Confeitaria Colombo
Quem quiser comer um doce estupendo no caminho para o Bondinho ou na volta dele, uma boa pedida é a tradicionalíssima Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias. É ótima e dá para imaginar o Rio do começo do século XX. Há dois preços na Colombo (uma adaptação do "eat in ou eat out" europeu para um "coma em pé ou coma sentado"), então aproveite as iguarias...Uma dica: tortelete de chocolate com café!!!
Embora pouco conservadas, as ruas do Centro podem ser uma volta ao passado. Antigas e estreitas. A Rua do Ouvidor, é um bom exemplo das citadas nas obras de Machado de Assis. Ele vivia andando por lá e transfere isso para os livros. Da Rua do Ouvidor, aproveite para flanar e se perca, admire a confusão característica da região cheia de ambulantes, os casas tombadas e, infelizmente, pouco conservadas. Claro que numa cidade como o Rio de Janeiro não leve tão a sério o "perder-se"....




Cinelândia
É bem provável que boa parte das centenas de milhares de pessoas que passam pela Cinelândia todos os dias nunca tenha tido a curiosidade e tempo para um dia de lazer por ali. Naquele entorno, temos “simplesmente” a Biblioteca Nacional, o Museu de Belas Artes e o Teatro Municipal. De uma única praça se vê as três beldades de uma vez. É só descer na estação de Metrô da Cinelândia (aqueles que já estiverem no Centro podem fazer isso a pé. De uma estação a outra dá para fazer a pé tranquilamente!).
O Teatro Municipal está fechado para reforma (o que diminui mas não elimina o prazer em vê-lo), mas a Biblioteca Nacional e o Museu de Belas Artes são abertos ao público. No caso da Biblioteca, por aproximadamente R$ 2 é possível um passeio guiado. Só não pode estar de bermuda e saias curtas (normas meio esquisitas para uma cidade com temperatura média de 35 graus). Em tempo: o que é uma saia curta?
Taí, Letícia e cariocas que pouco conhecem a própria cidade. A segunda parte será um passeio pela "não tão cara" Zona Sul.
Crédito da foto: http://www.rj21.info/

14 de fevereiro de 2009

Mudando roteiro

É mais do que chover no molhado, mas planejar uma viagem é quase tão bom quanto viajar. Beleza, concordo. É mesmo. Mas é quase. É provável que algumas vezes tantos detalhes deixem você estressada. Cada um encontra uma saída. A minha é abrir alguma página com fotos e começar a imaginar como eu estaria lá. Ou começo a pensar nas músicas que não podem faltar no mp3... O estresse passa rapidinho.

Mas acho inevitável alguns contratempos no planejamento de uma viagem independente. No final, como só contamos com nossa capacidade de superação, tudo se ajeita e ainda aparecem novos sites de busca, novos blogs com ajudas...

E foi assim hoje. Primeiro descobri que uma grana que deveria entrar para a viagem, por força maior do “destino” não vai mais. Então, lá vou eu para a internet. Deixar de viajar não vou. Isso está fora de cogitação. Então, o que fazer? Remanejar... enquanto para os executivos isso significa redução de pessoal, para uma “viajante com pouca grana” é buscar o mesmo prazer em outras fontes... Nisso, Amsterdam saiu da minha rota e vou ficar mais tempo em Praga. Não cheguei a ficar decepcionada porque a República Tcheca está muito além de Praga. Só que é a segunda vez que vou a Europa e Amsterdam fica de fora. Mas enfim... não pretendo nem de longe morrer agora e cidade fica para a próxima.

E por que cortar Amsterdam? Primeiro porque meu foco nessa viagem eram as cidades italianas e o Leste. Segundo porque é um grande deslocamento, as passagens estão mais altas e ainda teria outro deslocamento até Paris. E terceiro e mais decisivo: a cidade é cara! Nada que não justifique uma grande viagem pra lá, mas depois de pesquisar com outros mochileiros em blogs diversos, fóruns e afins... cheguei a essa decisão.

Com isso, algumas outras cidades que ainda tinha dúvida se conseguiria visitar - porque não pretendo de jeito algum fazer "bate e volta" em Praga - se tornaram possíveis: Ceske Krumlov e Brno. Ou mesmo Bratislava.
Vamos ver. Meu planejamento recomeça e com isso volto para as paginas de passagem aérea procurando uma de Praga para Paris...