9 de abril de 2009

Me apaixonando...mas pela MINHA Veneza

(teclado hungaro, nao esquecam)

Gostar ou nao de uma cidade pressupoe empatia instantanea. Como num relacionamento amoroso, que no caso do viajante depende do primeiro contato e do decorrer dos primeiros (e poucos) dias. E, me desculpem mais uma vez - acho que vou ser linchada pela minha prima e por algus amigos - mas Veneza tem duas caracteristicas marcantes: gente " saindo pelo ladrao" e cheiro de peixe!!!

Mas ai...........

Resolvi que ia procurar na cidade o que me agradasse. Afinal de contas, depois de saber que a quantidade de brasileiros que encontrei se devia a um cruzeiro de 2000 (isso mesmo, nao e acrescimo de zero nao. DOIS MIL - brasileiros) eu fui fazer o que me desse vontade e deixei meu guia pra la. E foi quando me apaixonei por Veneza...

A MINHA Veneza e a Veneza que segue nao por Sao Marcos, mas por outros bons lugares e fui parar num ponto distante do turistico, chamado Cannaregio. Fui conhecer o bairro Gueto, o primeiro gueto da historia e por isso deu nome a esse tipo de "confinamento". E impressionante caminhar por la, perceber como as casas ainda mantem ao mesmpo tempo o deslumbramento da historia e a tristeza e clausura do lugar.

Fiquei horas sentada numa praca que tem logo na entrada do gueto, pela ponte de ferro. Ha uma fonte de agua super gelada e boa para abastecer a garrafa ( sim, em Veneza nao compre agua). Fiquei lendo as homenagens aos judeus mortos no holocausto e vendo uma prece judia tipica. Ha nessa mesma praca um restaurante em que trabalham duas brasileiras.
Depois de caminhar bastante desde Cannaregio e San Polo ate a Piazza Sao Marco, eu defitivamente estava encantada com a Veneza de Marco Polo. Porque confesso, num dos meus acessos de raiva por tanto turista e cheiro de peixe... cheguei a dizer a mim mesma: agora entendo porque o Marco Polo ficou tantos anos na China com Kublai Khan...

E ai... eu decidi que em vez de viver Veneza eu iria ver Veneza. Peguei o vaporeto e fui a Giudecca, a ilha do outro lado do Grande Canal.

De la sim, se tem uma vista linda da cidade. Estava um ceu tao azul e uma temperatura tao amena que eu deitei as margens do canal para ler e acabei cochilando. Acordei com os risinhos nada abafados das alemas que me viam da janela do albergue (o albergue que fiquei hospedada fica em Guidecca e tem a melhor vista que se pode ter de Veneza. Meu quarto era para o Grande Canal. Tenho foto da vista pra mostrar. (E ja expliquei porque nao tem fotos no blog).

Da margem do outro lado do canal se tem uma visao nao so da cidade, como das cupulas, do ir e vir dos vaporetos, ouve-se as badaladas dos sinos que anunciam as horas inteiras, vejo os idosos caminhando totalmente absortos a quantidade de turistas.

Na minha primeira noite em Veneza -ainda desencantada com a cidade - eu e a Mariana (a amiga que fiz em Roma e que nos encontramos em Florenca e Veneza) compramos nosso "jantar" e as margens do Grande Canal comemos, rimos e conversamos sobre as impressoes da cidade. No dia seguinte ela seguiria para a Alemanha e eu continuaria mais uma noite em Veneza. E foi esse mais um dia na cidade que mudou completamente a minha primeira impressao.

A minha Veneza esta muito distante da Veneza disputada por multidoes na Piazza Sao Marco, das filas para a Basilica de Sao Marcos ( a unica gratuita, e a unica que eu visitei), das pessoas que caminham pelas ruas da cidade atras das lojas de grifes.

Sinceramente.... a Veneza natural, aquela que nao precisa de nada para ser linda e infinitamente mais encantadora.

Um comentário:

  1. Ainda bem que voce nao deixou a peteca cair e foi atras do que te encantava.. Olhando as coisas sempre por um lado positivo =) =) =)

    ResponderExcluir